Teosofia Prática – Da queda de Adão
- Os dois Fogos (o da Cólera e o do Amor) são eternos, e insuflados pelo Eterno em Adão, cujo corpo estava na origem num TEMPERAMENTO1 equilibrado.
- Mas, como a Cólera quis ser manifesta, e tornar-se preponderante em Adão, eles combateram-se pelo consentimento deste: tal foi a sua queda e a sua separação da MATRIZ de água ou de luz na natureza humana;
tal foi a corrupção do corpo paradisíaco, substituído durante um sono pelo corpo terrestre, onde residem as doenças e a morte. - Notemos que no combate desta Vida tripla, Adão aspirou os três PRINCÍPIOS,2 porque ele desejava degustar e provar as qualidades deles: foi por isso que Deus desmembrou a sua vida, assim como ensina claramente Cristo (Lucas 15, 12-30).3
- A Escritura diz que todos os seres humanos vêem de uma semente de pecado;
nós temos o mesmo modo de aparecer sobre esta terra e de desaparecer dela como os animais, com a diferença de que a alma do ser humano vem do Eterno. - É por isso que nós somos eternos, e os animais são criaturas perecíveis, dos quais não fica nada mais do que a sombra.
Mas no fim dos tempos, nós ressuscitaremos para o julgamento e a danação eterna ou para a alegria e o esplendor eternos. - Visto que nós sabemos que Deus é justo e verídico, que Ele não pode mentir, abramos os olhos e não vivamos mais como animais, segundo esta carne de onde nos vem toda a nossa corrupção.
Notas
- Ver o Anexo Dos Três Princípios. [ ↑ ]
- Ver o Anexo Da Compleição. [ ↑ ]
- «Um certo homem tinha dois filhos. O mais novo pediu ao pai: “Pai, dá-me a parte da herança que me pertence.” E o pai repartiu os bens pelos dois filhos. Poucos dias depois, o mais novo reuniu tudo o que era dele e partiu para uma terra muito distante, onde gastou o que possuía. Depois de ter gasto tudo, e como houve muita fome naquela região, começou a ter necessidade. Foi pedir trabalho a um homem da região que o mandou para os seus campos guardar porcos. Desejava encher o estômago mesmo com as bolotas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. Foi então que caiu em si e pensou: “Tantos trabalhadores do meu pai têm quanta comida querem e eu estou para aqui a morrer de fome! Vou mas é ter com o meu pai e digo-lhe: Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já nem mereço ser teu filho, mas aceita-me como um dos teus trabalhadores.” Levantou-se e voltou para o pai. Mas ainda ele vinha longe de casa e já o pai o tinha visto. Cheio de ternura, correu para ele, apertou-o nos braços e cobriu-o de beijos. O filho disse-lhe: “Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já nem mereço ser teu filho.” Mas o pai ordenou logo aos empregados: “Tragam depressa o melhor fato e vistam-lho. Ponham-lhe também um anel no dedo e sandálias nos pés. Tragam o bezerro mais gordo e matem-no. Vamos fazer um banquete, porque este meu filho estava morto e voltou a viver, estava perdido e apareceu.” E começaram com a festa. Ora o filho mais velho estava no campo. Ao regressar, quando se aproximava de casa, ouviu a música e as danças. Chamou um dos empregados e perguntou-lhe o que era aquilo. E o empregado disse-lhe: “Foi o teu irmão que voltou e o teu pai matou o bezerro mais gordo, por ele ter chegado são e salvo.” Ao ouvir isto, ficou zangado e nem queria entrar. O pai saiu para o convencer. Mas ele respondeu: “Sirvo-te há tantos anos, sem nunca ter desobedecido às tuas ordens, e não me deste sequer um cabrito para fazer uma festa com os meus amigos. Vem agora este teu filho, que desperdiçou o teu dinheiro com prostitutas, e mataste logo o bezerro mais gordo.”» Lucas 15, 12-30. [ ↑ ]
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