Da Assinatura das Coisas – 11.2. A Ação de Cristo

  1. E quando o Amor divino quis descer à morte para reduzi-la à impotência, os dois mundos (o mundo ígneo do Pai, com o mundo visível, e o mundo do Amor, com a essência celeste) uniram-se numa pessoa com a carne corrompida do ser humano. Deus fez-se ser humano e o ser humano fez-se Deus. A semente da mulher, ou virgindade celeste desaparecida em Adão, e a semente do ser humano corrompido na Cólera, em Maria, foram formadas num único ser, Cristo; e a mulher, essência celeste, pôde esmagar a cabeça da serpente da Cólera no ser humano caído. A qualidade divina no ser humano fez transmutar em si a qualidade material e fez da terra um céu (Génesis, 3,15).
  2. Quando Cristo foi concebido, o céu estava na terra humana, mas a encarnação teve que ser completada por um outro trabalho, porque enquanto Cristo estava na terra, não era a sua humanidade segundo Maria que era todo-poderosa, mas a sua humanidade segundo Deus; estes dois princípios opunham-se um ao outro e um dentro do outro, o Amor contra a Cólera e a Cólera contra o Amor.
  3. Deste combate vem a tentação de Cristo; e quando o mundo divino venceu, os milagres puderam ocorrer por, e através, do mundo humano exterior.
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