Da Assinatura das Coisas – 7.1. A Queda do Mercúrio Adâmico
CAPÍTULO SÉTIMO
DA CONDIÇÃO DE ADÃO NO PARAÍSO E A DE LÚCIFER ANTES DO SEU PECADO
COMO A SUA IMAGINAÇÃO E O SEU ORGULHO OS FIZERAM PERECER
Resumo: — A queda do mercúrio adâmico na escuridão — Da serpente — A Imaginação falsa e fatal de Lúcifer, de Adão e da serpente — Do óleo — A semente da Mulher — Jesus Cristo na linguagem da Natureza — O processo alquímico é o processo de Cristo
- Nós queremos dar ao pesquisador sério a oportunidade de meditar sobre a nobre pedra dos Sábios; ele a encontrará se Deus o elegeu para isso, e a sua vida residirá no Mercúrio celeste; caso contrário, o que se seguirá será para ele um mistério, que nós vamos apresentar-lhe sob o símbolo mais claro possível.
- Quando Adão foi criado no Paraíso, o Mercúrio celeste foi-lhe dado como condutor; a sua vida ardia num óleo muito puro; os seus olhos eram celestes e o seu entendimento superava a natureza, porque a sua luz alimentava-se do óleo da essência divina; a propriedade exterior aquosa não era manifesta nesse óleo; ele era iliástico, angélico; a sua queda tornou-o cagástrico, aquoso pela manifestação nesse óleo da propriedade mortal; o Mercúrio, antes era uma exaltação da alegria, passou então a ser um veneno da angústia.
- Porque a efervescência do salitre na impressão da Frieza, segundo Saturno, elevou-se como um veneno frio que brotou da impressão da morte; a escuridão espalhou-se até ao lugar da luz do óleo e Adão morreu para a luz divina.
- O diabo tinha-o levado a isso pela essência e a propriedade da serpente onde se assenta a fúria; a serpente também era o melhor de todos os animais dos campos; ela persuadiu Eva de que ela poderia conhecer a ciência do Bem e do Mal; era a vontade do diabo para conhecer o mal; e para fazer isso ele corrompeu-se na ignição da ciência do Mercúrio, porque ele se introduziu, pela imaginação, no fundo ígneo; enquanto que Adão penetrava, pela impressão, no fundo frio da propriedade aquosa que gera o salitre, onde os dois reinos se separam; Adão pedia o mercúrio aquoso em cuja efervescência o veneno mortal se elaborava; enquanto que Lúcifer queria o mercúrio ígneo que dá força, poder e orgulho; mas ambos abandonaram o óleo suave da essência divina.
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