Da Assinatura das Coisas – 5.1. Produção da Morte

CAPÍTULO QUINTO

DA MORTE SULFUROSA
DA RESSURREIÇÃO
DA REINTEGRAÇÃO DO CORPO NO SEU PRIMEIRO ESPLENDOR

Resumo: — A produção da morte — A vida do ser humano no Paraíso — A desobediência de Adão — A sua morte — O remédio para essa morte — A aplicação dessas leis à transmutação dos metais — Explicação detalhada da evolução metálica desde Saturno — Trabalhos do Arquiteto e do Artista.

  1. Toda a vida e todo o movimento, a inteligência, a razão e os sentidos têm a sua raiz no enxofre, que é ao mesmo tempo o desejo da Natureza e o do prazer livre.1
  2. Do desejo da Natureza vêm a Morte e a constrição; do desejo da Liberdade, vêm a dilatação e a vida, porque ele tinge o desejo da Natureza tenebrosa por forma a que esta fúria se deixa oprimir; assim, a vida surge da morte; sem luz não há vida; quando a luz se extingue na essência do Enxofre, reina a morte eterna, a menos que Deus se mova de desejo agradável nessa morte; a morte não pode incluir a vida, se não se manifestar o desejo do Prazer livre na Natureza, no qual nasce esta constrição que é a morte.
  3. É por isso que o ser humano, tendo passado pela morte sulfurosa, só pode ser revivificado pela ação livre do prazer (a apetência pela vida eterna) no seu FRE (FUR). Ele move assim o centro da Natureza na propriedade anímica e na essência da alma.
  4. Nós sabemos que o Enxofre Verdadeiro é um gerador de toda espiritualidade e corporalidade, quanto à sua primeira fonte celeste; é assim a geração da Essência de todas as essências, porque tudo está nessa fonte primitiva contida no Tempo como na Eternidade. Mas ele também é, de acordo com o reino deste mundo, uma figura do Eterno, porque nele estão o tempo e a criatura, o visível e o invisível.
  5. Ora, o ser humano, assim como toda a vida, segundo o regime deste mundo, nasce do Enxofre exterior; ele próprio participando do interno e do externo, e a Criatura exterior apenas do externo; porque o ser humano é a imagem de Deus, enquanto que os seres inferiores são apenas figuras segundo a geração interna na Sabedoria Divina, isto é, na Essência celeste segundo os dois princípios eternos proferidos.2

Notas

  1. Ver a pesquisa fisiológica do Sr. Ch. Henry estabelecendo que os gestos de expansão são dinamogénicos e que os gestos de concentração são inibitórios. [  ]
  2. Ver o relato da criação do ser humano no Génesis. [  ]
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