Da Assinatura das Coisas – 1.3. Os Três Princípios

  1. Mas essa vontade pode ser quebrada por uma outra vontade mais forte de tal forma que força as formas interiores e arrebata o governo, tal como o vemos na força do ☉ (Sol), ao converter o acre dum fruto amargo numa doçura agradável; uma planta boa num solo mau não consegue mostrar a sua virtude, e um bondoso estraga-se no meio dos maldosos. E essas ações imprimem-se na forma exterior, proporcionalmente à força da ação interna: são estas que podem ser lidas no ser humano, na sua fala, nas suas ações, na forma dos seus membros, na forma do seu rosto. Igualmente nos animais, nas plantas e nas árvores, todas as coisas, afinal, são marcadas exteriormente de acordo com a sua estrutura interna.
  2. As suas próprias mudanças, do Bem para Mal, produzem o seu CARÁTER1 exterior; e nós podemos acompanhá-los à medida que se desenvolvem nos atos diários.
  3. É assim que os animais ferozes, quando domados, já não mostram o seu caráter primitivo, que só reaparece se for fortemente agitado; então, todo o artificial e o adquirido se afasta e desaparece.
  4. É assim que uma planta, transportada de um solo mau para um solo bom, se desenvolve e adquire um odor agradável e virtudes benéficas, mostrando assim a sua ESSÊNCIA interna.
  5. Nós vemos também, neste mundo, como a essência interna única se manifestou pela sua semelhança de acordo com o desejo da geração, como se diversificou (pelo trabalho do interior) nas Estrelas, nos Elementos, nas plantas e em todas as criaturas.
  6. É por isso que a compreensão reside na ASSINATURA, que permite ao ser humano (a imagem da maior virtude) conhecer-se a si próprio e conhecer a Essência das essências; porque pela forma exterior de todas as criaturas, pelo desejo delas, pela voz delas, pode-se conhecer o espírito que está oculto dentro delas, porque a Natureza deu a cada coisa a sua linguagem (de acordo com a ESSÊNCIA e com a forma). A linguagem extrai a sua fonte para fora da ESSÊNCIA e manifesta-se, para as criaturas animadas, pela sua voz, mas para as outras criaturas, pelo seu odor, virtude e figura.
  7. Tal é a linguagem da Natureza, pela qual cada coisa exprime as suas propriedades e proclama a Mãe que a gerou e lhe deu a sua ESSÊNCIA2 e a faculdade de tomar uma forma.

Notas

  1. Ou assinatura. [  ]
  2. Para todas as conferências sobre a doutrina das assinaturas, ver PAPUS, Magia Prática, 3ª parte; e especialmente GUAITA, Chave da Magia Negra; depois PARACELSO, AGIPPA, CROLLIUS, SWEDENBORG, E. LÉVI, SAINT-MARTIN, Espírito das Coisas, etc. [  ]
[ Anterior ] [ Índice do Livro ] [ Seguinte ]

Início » Textos » Assinatura das Coisas » 1.3. Os Três Princípios