Teosofia Prática – Do temperamento

  1. Se o temperamento não saísse de si por si mesmo, ele não teria sentidos;
    se ele não tivesse sentidos, não se conheceria a si mesmo ou aos outros objetos e não poderia ter nenhuma operação.
  2. O efluxo sensorial do temperamento faz ele querer ou desejar, para introduzir os sentidos num ego;
    lá, o temperamento opera com os sentidos e manifesta-se e contempla-se a si próprio nessa operação.
  3. Se todos os sentidos estivessem fundidos num só, eles teriam apenas uma vontade e fariam sempre a mesma coisa;
    como é que as maravilhas e os poderes da sabedoria divina poderiam ser reconhecidos e FIGURADOS pelo temperamento?
  4. Mas, porque existe um CONTRÁRIO, como aquele que está entre a Luz e as Trevas, uma qualidade é sempre a causa de outra entrar no desejo, para combater a primeira e tentar dominá-la.
  5. Nesse desejo intenso, os sentidos e o temperamento são introduzidos numa vontade por um fundo natural e criatural, como se fosse uma maestria, como se esse temperamento quisesse governar todos os outros.
  6. Daí o combate, a ansiedade e a contrariedade;
    de modo que todo o temperamento é compelido a reentrar numa ruptura dos sentidos e da sua própria vontade, e de retornar para Deus, de onde veio.
  7. Aqui nascem a fé e a esperança: a alma ansiosa espera a libertação e tende para a sua fonte, Deus.
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