Anfiteatro da Sabedoria Eterna - Introdução à Terceira Figura (8)


VII.

COMO E ONDE NASCEU NA LUZ O FILHO DO MACROCOSMO
de aspeto vil (aos olhos do insensato), disforme e quase ínfimo; consubstancial e semelhante ao seu autor (parens), Pequeno mundo (não humano) católico, tri-um, Hermafrodita, visível, sensível ao tato, ao ouvido, ao olfato, e ao gosto, local e finito?

Onde? Na terra santa católica que ele habita felizmente ainda agora; no reino de Saturno.

O Filho do Macrocosmo é formado pela semente e pelo sangue do seu autor, e expulso naturalmente do seu útero para aparecer à luz.

Vil, Disforme de Aspeto e Quase Desprezível (aos olhos do insensato), ridículo para o mundo, ele é no entanto muito precioso aos olhos do Sábio.

Jesus Cristo não tinha figura mais perfeita na natureza.

Ele é Consubstancial, Semelhante ao Seu Autor (Parens) porque ele é formado a partir da semente e da substância do seu autor.

Católico, segundo o Corpo, o Espírito e a Alma e mesmo segundo as virtudes e operações.

Ele possui um Corpo católico porque ele é formado pela semente do Mundo, pela essência e pela substância da Matéria prima católica; ele é uma partícula da matéria (ulê) primordial e universal, quer dizer terra e água, no princípio das coisas criadas; num estado ainda universal, não (Deus querendo-o assim) especial ou particular como os corpos de todas as outras coisas do globo sublunar que são especificadas (por assim dizer) e particularizadas pelos raios e centelhas especiais da Alma do mundo, quer dizer duma propriedade ou natureza particular ou especial.

O Espírito é também de uma condição universal; e a Alma que é uma centelha da Alma católica do Mundo é igualmente católica, quer dizer universal da Natureza, de propriedade e de operação.

Aqui, só o catolicismo tem a sua razão de ser; o particularismo é um solecismo. O Catholicon dos Físico-Químicos só se obterá daquilo que é católico. Porque tudo é produzido similarmente ao seu semelhante. E, qual semente, qual germe.

Par trás portanto e para longe (até para além dos montes Cáspios) todas as matérias especiais ou particulares de qualquer ordem, nome ou virtude quais quer que sejam.

É preciso procurar o que é católico e rejeitar o que é particular. É portanto em vão e falsamente que nós procuramos na multidão particular aquilo que temos no tri-um Universal.

Aquilo que eles dizem é verdadeiro: Tantas São As Pedras Quantas As Coisas, subentendido Particulares; mas do único filho universal do Mundo maior provem a única Pedra universal.

Pode-se também extrair uma Pedra de Todas as Coisas; quer dizer uma pedra particular daquilo que é particular; mas o Universal daquilo que é Universal.

Em Todas as Coisas (em cada uma segundo a sua maneira) particularmente; no nosso caos Um e Católico, catolicamente.

Eu acrescento: é por esta só e única causa a qual provém certamente destas coisas mesmas e simplesmente católicas das quais, na criação primeira, todo este Universo visível e corporal foi formado com as suas partes, é por essa causa, digo eu, que ele é poderoso, por e em si e único suficiente (regenerado no entanto após a sua paixão) para exercer, nos frutos especiais e particulares deste Ser Criado como nos seus consanguíneos (no seu modo), as suas forças miríficas, católicas e precisamente todas em conjunto.

Esta virtude própria e particular, tão admiravelmente eficaz da centelha da alma do Mundo, Católica, Universal não será encontrada perfeitamente por aqueles que são verdadeiramente sábios, a não ser no corpo Católico.

É por isso que a nossa Pedra mereceu justamente o nome de Católica; ela pode e deve verdadeiramente ser chamada Universal.

Tri-Una; Una na sua composição ou no seu todo; e de que apesar ou sem ela não há outra que lhe seja semelhante em virtude mirífica.

Trina, em essência e subsistência; porque ela é composta por um corpo, Terra e Água; por um Espírito etéreo que é o Céu pela copulação de um mediador; e de uma Alma, centelha católica da Alma e da Vida do Mundo, sejam três hipóstases ou subsistências, distintas e diversas.

É por isso que a nossa Pedra é Trina e Una, quer dizer Tri-una: Terrestre, Celeste e Divina.

Ela é chamada também Vegetal, Animal e Mineral porque é dela própria, em substância e em ser, que os Vegetais, os Animais e os Minerais, quer dizer todas as coisas Terrestres, Aquáticas e subterrâneas nasceram, como foi mostrado um pouco acima.

E é por isso que, ela pode ter uma ação mirífica sobre elas. E como elas são alimentadas e conservadas elas próprias pela Pedra, a Pedra em contrapartida (à sua maneira) também por elas.

Por fim ela é Tri-Una porque encontramos um composto de três substâncias diversas e distintas: Sal, Mercúrio e Enxofre na Pedra Tri-Una.

Sumariamente: A matéria verdadeira e própria desta Pedra tão admirável é Una e Trina; da qual todos os Filósofos preparam verdadeiramente o magistério certo; ela é una na sua trindade católica (não particular, não peregrina ou especial e especificada); ela é tripartida na sua unidade universal.

Em seguida: Os antigos opinaram e conjeturaram retamente que Deus era um porque o mundo era um; pelo contrário que o mundo era um porque Deus é um; a Sacro Santa Escritura não menciona outros; se tivessem existido ela tê-los-ia mencionado.

É por isso sem absurdo que eu posso dizer: se o Mundo é um, da mesma forma a Pedra católica dos Filósofos é uma, representando catolicamente o universo um do Mundo um e o seu criador e formador um.

Se tu perguntas porque há apenas um Mundo e porque apenas uma Pedra católica dos Filósofos, eu responder-te-ei: Porque Deus não quis que houvessem vários.

A razão é que tudo aquilo que ele quis ele fez (Sl 115, 3).

Porque é que ele não quis, pergunta-lhe tu a ele próprio porque só ele sabe.

Hermafrodita: Contempla atentamente a figura presente e tu verás e lerás nela uma resposta suficiente. Várias das coisas que se seguirão são por elas próprias suficientemente claras e manifestas. Para várias outras, na definição, as palavras pressupõem o espírito.


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