Anfiteatro da Sabedoria Eterna - 11 de Agosto
Versão antiga ou Vulgata | Passagens citadas da Sacro Santa Escritura | Nova tradução dos Provérbios a partir do hebreu, e da Sabedoria a partir do grego |
223. Foi por isso que → eu a Escolhi, e o sentido foi-me dado; e eu Invoquei, e → veio em mim → o Espírito da Sabedoria. | Sb 7, 7. | 223. Foi por isso que eu escolhi e a prudência foi-me dada; eu invoquei e o Espírito da Sabedoria veio a mim. |
- Eu a Escolhi - Ele não perdeu o seu tempo nas letras das Academias, e não ouviu os Gregos, Dialéticos, Retóricos, nem fez uso do método de estudar, muito usado hoje em dia.
Este modo de filosofar é rejeitado pelo Apóstolo S. Paulo (1Cor 1, 19, etc. e Cl 2, 8).
Mas ele escolheu e invocou aquela Sofia supraceleste que ultrapassa todas as solenidades e os tesouros deste mundo. Ele foi certamente Sábio.
Sabe-se que S. Agostinho escolheu três coisas para ele próprio: «S. Paulo pela Eloquência, Roma pela glória e Cristo pela companhia.»
Eu escolho possuir a Pedra dos Filósofos e de desfrutar dela perfeitamente durante vinte anos com todos os seus frutos e utilidades; então eu terei sido verdadeiramente afortunado e felizes tanto nesta vida como na vida futura, se eu a usar Teo-Soficamente.
É por isso que é necessário observar que o desejo da Alma deve nascer primeiro com ardor; depois (versículo 144) a invocação, seguidamente a oração.
Faz portanto de igual modo; regressa a Ti próprio; não suponhas nada (em e por Deus) como sendo impossível (visto que tu tens as promessas de Deus que deve ajudar-te aí e que te ajuda, versículo 10) em ti; coloca a tua confiança no Senhor (observando Cristiano-Cabalisticamente) e tu compreenderás; vigia Teo-Soficamente e alcançarás.
É sobre este fundamento que está construído o Oratório do nosso Anfiteatro, indicado por S. Mateus (Mt 6, 6), e que é o da vigilância e da confiança Cristã, não da audácia e da temeridade.
Crê firmemente; vive no temor de Deus; ora jejuando em Espírito e em Verdade e Labora sabiamente; ser-te-á dado sem demora; tu serás constituído amigo de Deus e tu serás feito participante do fruto dessa Sabedoria.
A Alma ébria de Deus vê, como num espelho, Deus em si e a si em Deus; e mesmo Tudo o que ela quer e escolhe (versículo 138).
Isto é a Lua Microcósmica dos Cabalistas, crescente, cheia e minguante; de acordo com a abordagem, a oposição diametral ou a declinação do Sol Divino.
Durante a Lua crescente, os bons Espíritos avançarão com a permissão de Deus; no tempo da Lua Cheia é Deus ele próprio; mas na Lua minguante, reza a Deus com receio que sejas seduzido e arrastado para longe do caminho reto da Verdade, pelos poderes das Trevas. - Veio em mim - Quando? Não antes que eu a tenha escolhido e invocado.
Isto não é obra de um dia ou de uma noite.
É preciso trabalhar com o suor da testa para obter a recompensa (recebendo a graça de Deus, versículos 142 e 145).
Pára aqui e medita Harpocraticamente sobre isto; esta é uma daquelas coisas que são melhor compreendidas, apreciadas, estimadas pelo silêncio que pelas palavras.
A Sabedoria verdadeira não se aprende humanamente (versículo 142), pela exclusiva virtude dos livros e dos pergaminhos, mas insinua-se e vem Divinamente em nós; ela não recebe a luz dos nossos estudos, como as outras Ciências, mas ela a produz ela própria, e, como do seu prontuário, irradia e brilha nos seres humanos que não são indignos (versículo 145).
A letra por si própria não é útil para nada; é o Espírito da Sofia supraceleste vindo Divinamente em nós, que instrui, que ensina, que vivifica, que ilumina, que explica o livro, o interpreta e o expõe.
Digno é Jesus Cristo somente, quer dizer a Sabedoria do Pai, de interpretar o Livro (a saber: da Sacro Santa Escritura, da Natureza e do Espírito Divinamente infuso em nós) e de quebrar os seus selos. Aleluia.
Foi retamente dito: «Onde opera a graça do Espírito Santo, a ocultação dos Filósofos não serve para nada; assim como a sua manifestação é inútil, lá onde falta esta mesma graça.»
Instruído pela Experiência, eu provei mais de uma vez que isto é infinitamente verdadeiro.
Recordo-me, refletindo bem, ter lido nos Filósofos mais secretos ou ter ouvido da sua boca, conversando com vários de entre eles, certas palavras e ênfases de locuções das quais eu não tinha apreendido o verdadeiro espírito, apesar delas ensinarem a verdade; mas em seguida, com o tempo, o véu da ignorância tendo sido levantado de mim (graças à Misericórdia Divina, sem qualquer dúvida), pelo Espírito da Sabedoria, e mesmo numa hora e num momento (pela direção, como suponho, do meu Bom Génio e pela graça de Deus que me assiste) compreendi mais que no espaço, anteriormente, de um ano inteiro. Porque o Espírito sopra onde e quando quer.
O que os Dons de Deus conferem aos humildes e aos obedientes (submissos no seu intelecto, versículo 307) pelo Espírito da Sabedoria, ultrapassa toda a razão humana; eles são subtraídos e escondidos aos argutos e subtis mundanos imundos. É a absoluta verdade.
Quer recolher água com uma peneira, aquele que sem a explicação (mediata ou imediata, versículos 32, 74 e seguintes, 187) do Espírito da Sabedoria quer aprender no livro.
O livro é apenas o índice que nos mostra as numerosas súplicas que é necessário dirigir a Iahweh para que ele nos comunique (segundo a sua muito livre vontade) os arcanos da Natureza, que ele nos ensine os segredos, nos inspire Toda a verdade.
Aquilo que é ensinado no versículo 167 e repetido no versículo 65 continua a ser portanto bem verdadeiro, e confirmado, a saber: que a Filosofia é o espiráculo de Deus e a ilustração divina.
Porque o Senhor dá a Sabedoria.
É por isso que um ser humano não é grande (como Cícero observou e anotou, liv. 2 Da Natureza dos Deuses) sem o sopro Divino.
Feliz portanto, três e quatro vezes feliz, aquele que segue Iahweh nos seus conselhos como é indicado no nosso Oratório; porque ele receberá do Senhor, a vontade, quer dizer, de bem querer, conhecer, poder e ser, em todas as suas ações e os seus labores (versículo 329).
Eu peço ardentemente (com S. João Crisóstomo) e mesmo do fundo do coração, afim de que Deus misericordioso e benigno satisfaça as minhas orações e os meus gemidos, abra os ouvidos do coração, e reforce em mim a fé; que ele dê o espírito capaz dos mistérios divinos, o raciocínio sóbrio e a vida cheia de deveres e de virtudes, a mim e a todos os seguidores estudiosos da Sabedoria verdadeira, afim de que nós pensemos, meditemos e realizemos as coisas que vêm de Deus e que nos são salutares em toda a vida; Amém, responde todo o amante da Sabedoria, Amém! - O Espírito da Sabedoria - Hochmael (versículos 52 e 106). Que é admirável e realmente Divino.
Porque ele cria (Jó 33, 4: «Foi o Espírito do Senhor que me fez». Salmo 104, 30: «Tu envias o teu Espírito e eles serão criados») sustenta, fortifica, e completa todas as coisas, por toda a parte onde se espalha (Sl 138, 7; Rm 8, 11; 1Cor 2, 4; Sb 1, 7).
O Espírito do Senhor preencheu a esfera das terras.
Todas as Coisas estão Cheias de Iahweh (versículo 154).
Ele dá a Sabedoria e a faculdade de discorrer (Mt 10, 20).
S. Cipriano diz-nos a esse respeito: «Não é difícil a Deus inspirar ao seu confessor a constância, a segurança no discurso, ele que, no livro dos Números, fez mesmo falar um burro, contra Balaão.»
Ele faz milagres (Rm 15), pela virtude dos sinais e dos prodígios, e pela virtude do Espírito Santo.
Ele penetra nos abismos de Deus (1Cor 2, 10): «O Espírito sonda todas as coisas, mesmo os abismos de Deus.»
Ele distribui os Bens (1Cor 12, 11).
Portanto, visto que ele é o distribuidor benigno dos Bens e Dons, procuremo-los junto dele unicamente e não junto do espírito maligno (versículos 185, 205, 206 e 298). Fi seja para o Diabo, Amém.
É ainda ele que faz os Filhos de Deus (Rm 8, 14): «Todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.»
Ele santifica (Rm 1, 4).
Ele governa a Igreja e designa os seus ministros (At 13, 4; Is 48, 16): «O Senhor enviou-me com o seu Espírito.»
Ele dispensa com largueza a graça e a paz (Ap 1, 4).
Ele justifica (1Cor 6, 11): «As justificações são em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito do nosso Deus.»
Ele faz os seres humanos livres (2Cor 3, 17): «Onde está o Espírito do Senhor, aí está a liberdade.»
Ele regenera, ele move os corações para as boas obras e a invocação.
Ele é chamado o Espírito das orações (Zc 12, 10).
Ele tirou o povo do Egito (Is 63, 13 e 14): «O Espírito do Senhor conduziu-o como um cavalo.»
Ele redime os pecados (Jo 20, 23): «Recebam o Espírito Santo, aqueles a quem vocês perdoarem os pecados, etc.», como se dissesse: o Espírito perdoará, não vocês.
Ele revela os mistérios (Jo 16, 13); é por isso que é e se chama o autor de todas as santas revelações e visões e o mestre das coisas escondidas.
Ele dá a Fé (1Cor 11).
Ele excita os movimentos piedosos (Rm 8, 26).
Ele ensina os fieis (Jo 16, 16). - SUMÁRIO - Pela virtude e assistência deste Espírito, tu poderás Tudo.
Serve-o Teo-Soficamente e Ele próprio te dirigirá, a ti e aos teus empreendimentos no Oratório e no Laboratório.
É por isso que o Espírito da Sabedoria é chamado Múltiplo e Multiforme (versículos 44 e 134), e isto pode ser suficientemente provado por tudo o que foi dito.
É por isso que S. Paulo (1Cor 12, 4), diz: «Há Diversidade de Graças, mas o Espírito é o mesmo.»
E há divisões nos sujeitos (ministrationes), mas só há um Senhor.
E há divisões nas operações, mas é verdadeiramente o mesmo Deus que opera Todas as Coisas em Todos.
Com efeito, a um é dada a manifestação do Espírito, para fazer uso dela; a um outro é dado pelo Espírito a linguagem da Sabedoria; a outro, a linguagem da Ciência segundo o mesmo Espírito; e a outro a Fé no mesmo Espírito; a outro a graça de realizar as curas, pelo mesmo Espírito; a um outro o dom dos milagres; a um outro o dom da Profecia; a um outro o discernimento dos Espíritos; a um outro o dom de falar diversas línguas; a um outro a interpretação das línguas.
Mas é o mesmo Espírito que opera todas as coisas, dividindo-se em cada um, conforme ele quer.
E, S. Paulo (1Cor 7, 7): «Cada um recebe de Deus o seu dom particular; um, deste modo; outro, daquele modo.». Que o nome de Iahweh seja bendito nos séculos dos séculos. Amém.
Eu acrescento: Este Espírito de Deus é triplamente Familiar aos Sábios:
1º Divinamente; imediatamente; pela Influência, a Luz e o Movimento; mediatamente, Biblicamente e mesmo associado à carne humana;
2º Macro-Cosmicamente na Natureza; (que é Ruachelohim, Gn 1, ou a Alma do Mundo), Catolicamente, quer dizer pela universal virtude ou operação na Pedra dos Filósofos; ou Particularmente em cada uma das Criaturas tanto Espirituais como Corporais e em todas as coisas que vêm destas, por todo o universo criado;
3º Micro-Cosmicamente, no Ser Humano, e mesmo Somaticamente quer dizer corporalmente ou imaterialmente, no Corpo e no Espírito devido à quinta Essência, simplesmente pela Anima ou Mens, que é uma partícula do Sopro Divino.
Percorre cuidadosamente todo este Anfiteatro (tu que és tolamente Filósofo) e tu encontrarás então aqui vários esclarecimentos sobre estes assuntos.
Fi para o diabo com a sua familiaridade muito perniciosa e muito pestilenta. Outra vez Fi.
Em Deus nós vivemos, nós movemo-nos e nós somos (como ensina S. Paulo segundo Aratus (Arator?) At 17, 28) e de quem nós somos a raça; não profanemos portanto os Templos de Deus a quem Cristo ele próprio se consagrou pelo seu sangue; mas que o Espírito de Deus habite em nós (1Cor 3, 16).
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