Anfiteatro da Sabedoria Eterna - 12 de Junho
Versão antiga ou Vulgata | Passagens citadas da Sacro Santa Escritura | Nova tradução dos Provérbios a partir do hebreu, e da Sabedoria a partir do grego |
163. → Pela sua Sabedoria jorraram → os Abismos, e as nuvens condensaram-se em orvalho. | Pr 3, 20. | 163. Na sua Sabedoria os abismos jorraram por si próprios, e os Céus destilam o orvalho. |
- Pela sua Sabedoria - De quem? De Iahweh.
Se Deus é eterno, porque é que ela não seria eterna? - Os Abismos - Notemos que aqui se apresenta a Doutrina insigne dos Abismos.
O abismo é a Causa, a Origem, a Sede, a Fonte, a Recessão profundíssima, abstrusíssima, ocultíssima, imperscrutável e inefável das coisas Naturais, Sobrenaturais, Espirituais, Divinas, Eternas e Infernais, que produz admiráveis efeitos e que não é compreensível por nenhuma investigação ou penetração da razão humana.
É este Abismo da Criação, do qual fala Moisés em Gn 1, 2: E as trevas estavam sobre a face do Abismo.
É também o Abismo da Escritura Santa, do qual fala Ezequiel no capítulo 47 e o Eclesiástico 1, 2 e 24, 8.
É o Abismo da Providência, do qual fala todo o Salmo 139.
É o Abismo da Omnipotência e da Sabedoria Divina, do qual fala Isaías no capítulo 40.
É o Abismo da predestinação, do qual fala S. Paulo em Ef 1, 4 e Rm 9.
É o Abismo da Dileção, da Redenção e de Cristo ele próprio, dos quais falam S. João 3 e S. Paulo Rm 5.
É o Abismo dos julgamentos de Deus, dos quais fala o Salmo 36, 7.
A multidão dos teus julgamentos é um abismo (Eclo 38).
Os seus conselhos estão no abismo.
É ainda o abismo da miséria humana, e do pecado, e do coração depravado (Jr 17, 9; Ez 26, 9).
É o abismo do inferno (Ap 9, 1 e 2).
É, por fim, o abismo da vida e da alegria eterna, onde todas as coisas estão sem fim nem termo (Ez 31, 4).
Ele exaltou este abismo, quer dizer a beatitude e a prosperidade infinitas.
E por este meio nós explicaremos, tanto quanto convém a esta obra, o que é o Abismo da Criação e da Providência.
O abismo da Criação e das coisas Naturais, são as Nascentes, as Origens, os Tesouros, as Fontes invisíveis muito puras, perpétuas, muito escondidas nos centros dos Elementos puríssimos e simplicíssimos; quer dizer da Terra, da Água, do Ar e do Firmamento, nos quais tesouros ocultíssimos estão guardados perpetuamente até à Resolução do mundo, as Razões seminais das coisas e conservadoras das espécies: porque com efeito elas administram as figuras, proporções e costumes dos Animais, Vegetais, Minerais, rios, ventos, tempestades, serenidades, tempos, idades e de todas as coisas pelas quais são produzidos os estados e os tempos na cena visível deste mundo, e que elas dirigem a República de toda a vida humana, e o curso, fluxo e refluxo de toda a Natureza.
Orfeu chama a este Abismo Natural: Noite, Trevas, Nebulosidade, Diana incompreendida e nunca vista pelos mortais, quer dizer nua, no hino que começa assim: Nox gluesis pantôn.
O abismo da Providência é a ordem infinitamente abstrusa dos Conselhos Divinos, administrador de toda a Natureza e da vida humana, por quem são regidos os tempos, as idades, as mutações, os anos, os meses, os dias, as horas, os minutos.
Ele é o autor, o moderador e o dispensador das coisas naturais e das ações humanas, dos deveres, das vocações, dos estudos, dos perigos, das calamidades, das aflições, das Libertações, da vida e da morte do Ser Humano.
O abismo da Sabedoria está descrito no Livro da Sabedoria 7.
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