Anfiteatro da Sabedoria Eterna - 6 de Junho



Versão antiga ou Vulgata Passagens citadas da Sacro Santa Escritura Nova tradução dos Provérbios a partir do hebreu, e da Sabedoria a partir do grego
157. → Jogando na orbe das Terras, e as minhas delícias → de estar com os filhos dos seres humanos. Pr 8, 31. 157. Eu jogo na orbe da Terra, e os meus deleites com os filhos dos seres humanos.


  • Jogando na orbe, etc. - Pela sua voz mirifica (como se indicou na quarta figura deste Anfiteatro), pelas suas mirificas operações, Macro e Micro-Cosmicamente; pela virtude variada e eficaz, pelos Dons e os Bens tanto espirituais como corporais, que nos mostram inumeravelmente a sua Omnipotência e Bondade inesgotável, assim como a do Pai Infinito, testemunhando e ensinando admiravelmente nos Livros da Natureza, da Sacro Santa Escrita, e nas nossas Almas penitencialmente lavadas e purificadas.

    Ela joga igualmente na orbe das Terras; porque ela rege, salva, inspira o temor, consola, vivifica, proporciona a vida eterna, e defende contra Satanás e as portas do inferno.
  • De estar com os filhos dos homens - Tanto que ela própria se fez homem na plenitude do tempo, que ela habitou e evoluiu corporalmente entre os seres humanos; e assim, ela declarou a sua benevolência para com os seres humanos.

    Que direi eu? Fico mudo, cheio de alegria e de admiração pela grandeza do milagre!

    É preciso observar que Alexandre de Hales, John Scot, com outros teólogos escolásticos, afirmam que o Filho de Deus, por causa do seu imenso e inefável amor para com o género humano, se teria incarnado, mesmo se o pecado não tivesse sido introduzido no Mundo; tanto eles esperavam bem do amor da Sabedoria Divina para com o Ser Humano, formado à imagem e à semelhança de Deus.

    S. Tomás de Aquino, apesar de pensar de forma diferente, reconhece no entanto que esta opinião é muito válida quando diz saber apenas sobre este assunto que se ele se ofereceu em oblação, foi porque ele quis.

    E mesmo Gabriel Biel, entre os mais recentes sentenciários, diz claramente e muito habilmente que se pode disputar isto com probabilidade nos dois sentidos opostos apesar de uma não ter sido revelada expressamente. Que a Igreja decida.

    Por fim, a Sabedoria Eterna faz as suas delícias nos espíritos santos dos seres humanos (como confirma a experiência reiterada) de tal forma que ela os transforma nela própria, afim de que o Ser Humano emigre assim mentalmente para a sociedade e o santuário dos Bons Anjos de Deus e em Deus ele próprio (mesmo nesta vida), e que Deus habite no ser humano, e que ele se sente, Rei, no seu trono microcósmico, tri-um, ressuscitado, verdadeiramente católico. Ver o versículo 132.

    Ó quanto Diviníssima é esta metamorfose em Deus! E ela acontecerá, a menos que não se rejeite o Binário. Fi para o Diabo, que introduz a dissensão e a dissimilitude entre a vontade de Deus e a do Ser Humano.

    Aquele que é Um por excelência (Deus), que nunca está em contradição consigo próprio, quer aquilo que é Um; e ele é contrário a tudo o que é duplo pelas dissidências; e afim de que ele me conduza perfeitamente à simplicidade da Mónada, noite e dia, pela humildade cristã, eu suspiro, eu invoco, eu peço, eu choro.

    Eu mentiria se negasse que qualquer coisa do Poder Divino (longe de mim, no entanto, o pensamento de me glorificar) me tenha assisto e se tenha mostrado algumas vezes a mim, quer acordado, quer a dormir, segundo aquilo que eu próprio Teosoficamente quis. Aleluia.

    A Redução à simplicidade da Mónada (que é exposta na figura segunda deste Anfiteatro) é o Método ou a via pela qual o Ser Humano deve ou pode ser regenerado, restituído na sua integridade, Divinamente reconduzido a Deus, do qual ele se tinha afastado pela sua própria dissensão, ser feito um ser humano novo, conjugado, iluminado e unido a Deus, e como que Deificado.

    Porque nós somos, de acordo com a Alma, de tal forma capazes de Divindade, que nos é permitido ultrapassar mesmo os Espíritos Angélicos, e de nos unir-mos com Deus.

    É necessário repetir ainda aqui que temos de fazer Teosoficamente o abandono, na Unidade, de qualquer dissidência, quer dizer do Binário, porque nele, que é Um, não existe contrário; de outra forma, não seria possível.

    Se tu és sábio, tu aprenderás harmonicamente assim, a Regeneração da Pedra católica dos Filósofos; e tu conhecerás na verdade a harmonia admirável e regeneradora do Macro e do Micro-cosmo, laborando Físico-Quimicamente, sob a condução da Sabedoria.

    É a Teologia tri-una, Bíblica, Macro e Micro-Cósmica, Católica e mais que perfeita.

    Que todo o ser humano, desta maneira, estude portanto isto; que entenda Biblicamente, Macro e Micro-Cosmicamente a Sacro Santa Escrita.

    Que ele conheça a Natureza e a si próprio; que ele reconheça Deus como Criador, Redentor, Santificador: (Tudo em Todos).

    E conhecê-lo; e tendo-o conhecido, imitá-lo, é a Sabedoria.

    E assim o ser humano assentar-se-á no seu trono, que é a sua Alma, pela qual o ser humano é chamado um Deus, segundo o Oráculo que disse: «Vocês são Deuses, e vocês são todos filhos do Altíssimo» (Sl 82, 6; vulg. 81).

    Isto é muito verdadeiramente verdadeiro.

    Existem certos Teo-Sofistas escarnecedores, mundanos imundos, faladores, que se recusam a reconhecer a força ou a medula deste nosso Discurso, e que são, por esta razão, caluniadores; isto não nos deve espantar porque lhes falta a iluminação do Espírito da Sabedoria, ou não procuram perceber ou degustar (cegos e impedidos no seu espírito pela obsessão do diabo) a medula desta Doutrina.

    Que lhes seja portanto respondido com esta passagem de S. Paulo, onde está escrito: «Eu perderia a Sabedoria dos sábios, e eu reprovaria a Prudência dos prudentes» (1Cor 1).

    Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde estão os disputadores deste século?

    Deus não tornou louca a Sabedoria deste mundo?

    Quem é louco diante de Deus, é o mais sábio aos olhos das pessoas; e quem é ínfimo diante de Deus, é visto como sendo o mais forte pelas pessoas.

    Aqueles que são loucos no mundo, Deus os elegerás afim de confundir os sábios; e os inválido do mundo, Deus os elegerá afim de confundir os fortes.

    Deus escolhe aqueles que são desprezados e vistos como miseráveis pelo mundo, e ele destruirá aqueles que não o são em vez daqueles que o são, afim de que nenhuma carne se glorifique diante da sua face.

    Isto é a Teosofia verdadeira, apropriada, tri-una, eficaz, que submeteu antigamente à verdade quer as vaidades dos Filósofos quer os cetros indomáveis dos Príncipes, e que os pode submeter outra vez hoje, e sobre a qual a carne não pode pronunciar-se.

    É verdade que nunca, nas Santas Escritas, nós lemos que Cristo (apesar de um grande número dos seus milagres ter sido relatado) tenha feito um sábio de um louco. Porquê então, eu me confiaria ao insensato?

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