Anfiteatro da Sabedoria Eterna - 5 de Junho



Versão antiga ou Vulgata Passagens citadas da Sacro Santa Escritura Nova tradução dos Provérbios a partir do hebreu, e da Sabedoria a partir do grego
156. → Eu estava com Ele, compondo todas as coisas; e → deleitava-me cada dia, → jogando todo o tempo à sua frente. Pr 8, 30. 156. Eu estava ao pé dele como um discípulo, e eu estava em alegria quotidiana, e eu jogo na frente dele todo o tempo:


  • Eu estava - Ehieh. É necessário observar (Ex 3, 14) que Deus disse a Moisés: «Ehieh eser ehieh», ou seja: «eu serei aquele que será». Ele disse ainda: «assim tu dirás aos filhos de Israel: Ehieh, Eu Serei, enviou-me a vós».

    As Edições Setenta e Vulgata traduzem nesta passagem: «Eu Sou Aquele Que Sou» por «Eu Serei Aquele Que Serei».

    Porque se encontra frequentemente em Hebreu este futuro colocado para o presente.

    Ora os Hebreus escrevem assim para designar, com esta locução, a eternidade; eles afirmam que foi indicada nela a soberana, omnipotente e sempiterna estabilidade de Deus, que sempre foi, é, e será.

    Deus é o único que pode dizer: «Eu Sou» e «Eu Serei». Porque, quando falamos de Deus, todos os tempos estão confundidos e unidos.

    S. João exprimiu em grego este nome de Deus no Apocalipse, dizendo: «apo o ôn, kai o ên, kai o arcsomenos», quer dizer: «por aquele Que É, e Que Era e Que Será» (Ap 1, 4).

    E do mesmo modo também na Oração Dominical: «Pai Nosso, Que Estás nos Céus».

    Assim, a Sabedoria incarnada Jesus Cristo diz ainda noutro lugar: «Eu sou a Via, a Verdade e a Vida». E: «Antes de Abraão Eu Era».

    Este Cabalístico e não desprezável Ehieh, quando for tratado no seu lugar (pela vontade de Deus) será explicado pela figura primeira deste Anfiteatro da Sabedoria Eterna, única verdadeira, na exposição do nome divino de Deus.

    Desiste portanto, agora, ó caluniador, do teu muito pernicioso delírio, negando tanto a Divindade como a Eternidade da Sabedoria (que se encarnou no tempo).

    «Eu Era, Ehieh», quer dizer: «Deus»; quer dizer: «a Sabedoria de Deus que dispõe todas as coisas».

    É necessário notar que o nosso Sábio entende aqui por Sabedoria aquilo que S. João entende por Verbo (Jo 1).

    Portanto, o Verbo feito carne, e a Sabedoria de Deus incarnada no tempo são a mesma coisa: Deus, o Filho de Deus, que Era, É e Será desde a eternidade até à eternidade.

    Que responderás tu, ímpio, a isto?

    Tudo o que existia, antes do Mundo criado, é Deus; ora a Sabedoria existia antes do Mundo criado; portanto a Sabedoria é Deus.

    É por isso que S. João Evangelista ensina, seguindo o Sábio, que o Verbo estava já no Princípio, ele afirma imediatamente depois que ele estava junto (apud) de Deus, que só ele está antes (antè) do Princípio.

    E dado que tudo o que está antes do Princípio é necessariamente Deus, afirma portanto com razão que o Verbo é Deus ele próprio, sem que se possa suspeitar que haja por esse facto dois Deuses.

    O Começo ou Princípio da Criação existe exclusivamente antes de qualquer coisa criada. Porque ele é o princípio das coisas criadas.

    Deus portanto, do qual ele é o Verbo (pelo qual ele criou todas as coisas no Princípio) não criou o seu Verbo, senão ele não teria existido antes do Princípio.

    O quê, portanto, então? Deus gerou de si próprio, Deus de Deus, desde toda a eternidade, porque não se pode levar a investigação mais para distante.

    Assim, portanto, esfuma-se e reduz-se a nada, tal como deve ser, essa fanática, herética, blasfematória e muito pestilencial palavra dos Arianos: Existiu um momento (quer dizer: um tempo ou eternidade, ou tudo o que Ário pôde ou quis subentender) em que ele (o filho de Deus) não teria existido.

    A ciência do Fogo, que prova e julga todas as coisas sublunares, e que é a testemunha física e invencível de Deus neste Mundo, mostra-te com este argumento irrefutável extraído Macro e Micro-Cosmicamente do Livro da Natureza contra todos os Antitrinitários, o Criador Tri-Um, explicando Físico-Quimicamente o grande Livro da Natureza, afim de que tu vejas a Criatura tri-una confessar, representar e ensinar universalmente e particularmente Elohim (que no Princípio criou o Céu e a Terra, etc. Génesis 1) Tri-Um.

    Em seguida, o Corpo, o Espírito e a Alma, que compõem o Ser Humano, exprimem suficientemente a Divina Semelhança tri-una, segundo a qual o Ser Humano tri-um é feito.

    Porque é necessário distinguir entre a Semelhança e a Imagem.

    Sumário: Todas As Coisas São Tri-Unas porque elas foram feitas pelo Tri-Um. É a admirável voz de Deus na Natureza pela Criatura. Ver a figura terceira deste Anfiteatro, proposição 1, dist. 7.
  • Deleitava-me - E em resposta Iahweh deleitava-se e deleita-se n'Ela, quer dizer: o seu filho o qual Ele Próprio (HV, quer dizer: O Próprio, A Ipseidade, que Johann Reuchlin, no cap. 16 do Liv. 2 do Verbo Mirifico, coloca entre os nomes de Deus) faz, desde toda a eternidade, as suas delícias.

    Fica-nos o testemunho desta (Sabedoria), incarnada: «Este é o meu Filho muito amado, em quem pus toda a minha afeição; ouvi-o» (Mt 17, 5).

    Ouçamos portanto o Filho de Deus, e aquilo que ele diz (pela vontade e o mandato do Pai, que o enviou por nossa causa) por si próprio, no seu Verbo Biblicamente, Macro e Micro-Cosmicamente escrito, e não Ário, nem Suermero, que são Descamações do diabo.

    Se portanto a Sabedoria existiu antes dos séculos; se ela é o Filho de Deus; se ela estava presente quando o Pai criou o Mundo; se agora ela se deleita na sociedade dos seres humanos e reside na eternidade, quem portanto, tendo uma noção sã da religião hesitará em declará-la eterna?
  • Jogando - O Jogo (em toda a eternidade) Divino; porque ele é inefável e inenarrável. Que direi eu?

    A ignorância e a fragilidade humana nas coisas Divinas é uma noite profunda; e mesmo um perfeito Nada.

    Que ela tenha portanto em conta esta palavra dos Cristãos: Crê; Em quem? Naquele em quem tu crês.

    Crendo, sê submisso a Deus; sendo submisso, teme a Deus; temendo-o, vive retamente; vivendo retamente, purifica o teu coração; tendo então o coração puro, aquilo em que tu crês, tu o verás.

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