Anfiteatro da Sabedoria Eterna - Apêndice Prancha 2


PRANCHA 2


O ADÃO-EVA REGENERADO

(MAGIA)

Esta segunda figura corresponde à segunda fase do caminho. O ser humano, depois de ter reconhecido nos seus primeiros estudos (prancha 1), Deus presente em todo o universo, ser infinito, ultrapassando os próprios limites da sua inteligência, esforça-se por um regresso sobre si próprio para se conhecer a si também a fim de pôr tudo em obra para preparar este templo onde o Senhor deve habitar: ele procura reavivar, à luz da graça, ao fogo do desejo, esta faísca de Deus que incuba nele; ele chega a morrer à sua velha preguiça, para nascer regenerado, à vida. Tempo de provas, de luta, onde a maior parte fraqueja; mas aqueles que perseveram são doravante inscritos no livro da vida, seres humanos novos, regenerados em Jesus Cristo, o seu divino tutor.

Obras de L.Cl. de Saint-Martin: O Novo Homem.


A CIDADELA ALQUÍMICA

Introdução à figura terceira, esta prancha está construída sobre numerosas citações herméticas de Khunrath e em particular sobre esta frase do Anfiteatro: Conhece a natureza no próprio espelho da tua alma regenerada.

O ser humano está regenerado (prancha 2); recém nascido, ele tem o ardor, o impulso, a força da criança; a natureza sorri-lhe e fala-lhe; é uma vida nova que se abra para ele; é preciso que ele aprenda agora a conhecer esta natureza que o rodeia, a qual ele deve amar e sabiamente governar. O seu estado não é mais o do início, onde, mergulhado no egoísmo e nas trevas, ele só tinha erro à sua volta. Ele conseguiu, como dizem os Eddas, matar o dragão e beber o seu sangue; e agora, ele compreende a voz dos pássaros e vê a verdade sob o símbolo das formas. A confiança feliz, a meditação silenciosa vão levá-lo pelo caminho desprezado pelos fortes, pelos hábeis, o único que conduz ao centro da cidadela com sete torres onde a natureza escondeu os seus mistérios. Mais, este caminho é barrado por um juiz incorruptível que pede, para baixar a ponde levadiça, boas obras como pagamento. Se ele pode pagar, ele entra então no centro da cidadela: lá encontram-se inscritos, numa língua que falam todos os seres da natureza, os segredos da vida universal.

Obras de L.Cl. de Saint-Martin: O Espírito das coisas.


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