Da Assinatura das Coisas – 2.3. A Alquimia

  1. As três formas que acabamos de descrever desenvolvem-se uma na outra, elas têm apenas uma mãe, que é a vontade ávida por se manifestar.
  2. A angústia, ou fome do espírito do Sal, tem duas vontades: a primeira é a que se volta para a Natureza; a segunda é a filha da anterior; ela regressa a si própria desde a manifestação até à liberdade. Porque a vida que circula na Natureza não lhe pertence essencialmente: ela tem em si o desejo de manifestar o ardor interno.
  3. A primeira vontade do Sal, na sua busca de si mesma, constitui o CENTRO da Natureza: é um relâmpago e um medo; o segundo foge do primeiro, para se desdobrar numa qualquer coisa.
  4. Esse CENTRO em si mesmo, essa fúria, é o mundo tenebroso; a saída em direção à manifestação, é o mundo exterior, a outra vontade que sai da primeira é o mundo da luz, ou o reino da alegria, a verdadeira divindade.
  5. O mundo tenebroso é ávido do mundo exterior, manifestado para aplacar a sua fome; o mundo exterior é ávido da essência, ou da vida que resulta da Angústia, a sua avidez em si é o milagre da eternidade, um MISTÉRIO, ou um espelho, ou um objeto em busca da primeira vontade.
  6. É o ENXOFRE, o MERCÚRIO e o SAL;1 porque uma tal avidez é uma fome de si mesma e a sua própria satisfação. O ENXO (SUL) deseja o FRE (FUR), o FRE (FUR) deseja o MERCÚRIO; estes dois desejam o SAL, filho dos dois, sua morada e seu alimento.

Notas

  1. Para este universo criado. [  ]
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