Anfiteatro da Sabedoria Eterna - Introdução à Quarta Figura (4)


E
O TEÓSOFO É AQUELE QUE:
  1. Cuja Alma sã, nem oprimida pela massa dos negócios nem pelos cuidados mundanos imundos, está num Corpo são;
  2. Que não anda com nenhuns Sofistas, mas segundo firmemente o caminho da Sabedoria Eterna e da Sacro Santa Verdade católica e perseverante em si com uma alma constante até ao fim da impetração, o que é um dom do Deus ciumento.
  3. Que não está embaraçado nas vaidades dos cuidados temporais, nas fantasias esplêndidas, nas misérias e nas fábulas e nas burrices antes transitórias da miserável sabedoria deste mundo imundo; mas pelo contrário, completamente de dia e de noite nas meditações e nos trabalhos da Sabedoria eterna.
  4. Que se tornou Amigo de Iahweh, retamente ensinado pelo único tutor católico de todos os Sábios, pelo Antiquíssimo, o candidíssimo e mesmo o fidelíssimo dos dias, segundo a sua muito livre vontade, e isto quer imediata quer mediatamente, quer dizer pelo mestre espiritual ou corporal, bom núncio de Iahweh. E pelos Livros, a saber da Sacro Santa Escritura e da Natureza, e mesmo os manuscritos (chartacei) dos intérpretes da Natureza que são todos autênticos porque apenas pelo exame do Fogo, o Espírito de Deus, julgando retamente nesta matéria, é o seu censor mais equitativo de todos.
  5. Que não está subordinado pelo poder, ou pelo dinheiro, aos outros seres humanos (sobretudo àqueles que são indignos desses bens e dons); mas que é pelo contrário suficientemente rico por si próprio para não estar continuamente inquieto com o seu alimento e com um vestuário honesto. Porque é impossível ao indigente, ou ao não livre, de filosofar. A arte livre quer o ser humano todo inteiro e livre.
  6. Que é muito exercitado e perito na prática manual dos trabalhos da Físico-Química.
  7. Que conhece, como um verdadeiro amador da Teo-Sofia quer dizer Filósofo, e observa obedientemente, a Natureza administradora sempre ativa da majestade eterna e inefável no teatro especiosíssimo deste mundo, e constituída benignamente por Deus fiel educadora para todos os amadores da Sofia.
  8. Que a imita prudentemente com uma arte estudiosa nos princípios naturais, atraindo-a suavemente (porque ela é ministro) e lentamente (porque a sua ação é lentíssima) sem a forçar com uma violência desastrada (como um inimigo).
  9. Que espera pacientemente com uma constância industriosa e uma paciência laboriosa, de alma e rosto divertido e sereno (com o consentimento de Iahweh) os frutos dos trabalhos da Sabedoria verdadeira que só são dados às almas divinas, com o firme propósito de as usar devotamente e sabiamente quer dizer de dissipar fraternalmente os seus riachos retendo apenas a fonte no temor de Deus (o que é o dever do esmoleiro de Deus, neste grande hospital).
  10. Que não divulga os segredos, mas se cala harpocraticamente dando graças imortais a Deus imortal, pela quietude da alegria e o silêncio, por tantos bens e dons tão paternais (com receio de que não atraia o perigo sobre si e de que não seja ocasião de malefício para os outros e por esta razão seja miseravelmente aniquilado pela cólera de Iahweh).

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