Anfiteatro da Sabedoria Eterna - Introdução à Terceira Figura (2)


I.

A PEDRA DOS FILÓSOFOS EXISTE; porque ESTA:

  • 1° A Experiência, mestra de todas as coisas, suficiente mesmo sozinha, atesta-o infalivelmente; não é estar mais que louco, ao resistir-lhe?

    Esta (embora preparada por outros) foi reconhecida, pelo Pontífice Romano e por Sua Majestade Imperial, como sendo virtuosamente eficaz; muitos Reis, em toda a Esfera das Terras, viram-na, e mesmo alguns Eleitores do Império Romano; certos Príncipes, Condes, Barões, Nobres e (devido à virtude e à doutrina) Doutores, que estavam na intimidade deste nobres, viram-na; e mesmo todas as nações Judaica, Pagã, Cristã, e mesma Turca, muitos de todos os estados e de todas as ordens, tanto Eclesiásticos como Políticos, letrados assim como iletrados, viram-na com os seus olhos (surpreendidos pelo milagre da Natureza produzido pela Arte) tocaram-na com as suas mãos.

    Eu falo dela sabiamente. Eu cito todos estes como testemunhas; tu, investigador da físico-química, interroga os amantes da verdade; eles atestarão de boa vontade, para reforçar a verdade, que a coisa é verdadeiramente assim.
  • 2º A Razão, verdadeira e certa, educadora fiel dos sábios, confirma-a gravemente; ela que, dirigindo o espírito, impede-o de entrar em tal caminho estreito ou tortuoso, mas admite-o prontamente num outro mais amplo.
  • 3º Os Sábios, cujo número é tão grande, os autores gravíssimos (dos quais existem aqui e acolá monumentos que se referem a este assunto) todos em conjunto, harmoniosamente, afirmaram-no não temerariamente mesmo com os juramentos mais sagrados; que são todos verdadeiros (porque esses homens são doutos e bons) e considerados como tais até que o contrário seja suficientemente provado sobre eles próprios.

    E porque não? Visto que se deve crer em todos os artistas naquilo que eles ensinam sobre a sua arte. Porque não se deve, nesta matéria, fazer fé neles próprios em vez de nos ignorantes?

    Porque os artistas, de qualquer espécie, sabem perfeitamente e verissimamente dissertar, falar e julgar sobre a natureza da sua obra.
  • 4º A Natureza, educadora (ministra) nunca ociosa de Deus na máquina deste mundo, nos ensina fielmente de dia e de noite por vias e modos numerosos nas suas operações (como reportam os Teósofos e confirmam os peritos) e nos dá uma firme garantia.
  • 5º O Espírito (Mens), a faísca mais elevada e mais lúcida da alma (animus) humana, Divina e imortal, que Deus dotou de uma constituição tal, que pelo desejo inerente à sua natureza e por todas as forças que ela pode exercer, ela tende e deseja incessantemente em direção às coisas supremas e ótimas; ora esse aguilhão da boa cobiça (porque vem de Deus), essa impaciência da alma (apenas os peritos a conhecem), esse desejo ardente de possuir a Pedra dos Filósofos, se não estivesse na natureza das coisas, seria necessário portanto que Deus Ele Próprio o tivesse inserido em vão naqueles (porque eu não falo aqui dos viciosos) que são mais prudentes, mais sábios e mais religiosos que os outros. Contudo ele não fez nada em vão!
  • 6º A Conformidade Típica, verdadeiramente admirável (na Natureza) desta Pedra com a Sacro Santa Trindade Divina; com todo o Universo criado; e mesmo com o logos incarnado de Deus, quer dizer o Maschiah prometido e enviado; e também com os sacramentos e os mistérios tão elevados e tão profundos da religião cristã, e que obriga precisamente todo o ser humano são de espírito a crê-la e a declará-la verdadeira. Eu teria vergonha de falar contra a verdade. Só os sábios podem compreendê-lo. Na verdade, na verdade eu digo-vos: se uma existe, a outra existe igualmente.
  • 7º Por fim (visto que o Criador, como atesta S. Paulo aos Romanos I, quer ser conhecido pela Criatura) Deus, por alguns dos seus órgãos (porque Deus não dá tudo a um só) aos quais ele o tinha atribuído benignamente desde o começo do Mundo, pôde e quis (a experiência atesta esse querer) e ele quer ainda (porque a sua misericórdia é eterna) que seja conhecido pelo género humano quanto é admirável a Sabedoria, a potência infinita, a benignidade imensa do Criador, etc., quer dizer qual é Deus Ele Próprio considerado como modelo mirifico, não somente pela Criatura, pelo mundo maior, apenas per se ou simplesmente e nas suas partes, indistintamente, por uma cognição particular; mas também pelo Filho do mundo maior (que é o intérprete da arte, quer dizer da Físico-química) no sujeito católico, catolicamente, abundantemente e explicativamente; e em seguida que o género humano aprenda claramente a conhecer Iahweh Tri-um, autor de tantos bens e dons; a admirá-lo e venerá-lo sozinho, a conluiá-lo com uma alma grata, a meditá-lo profundamente e a juntar-se e a reunir-se inseparavelmente com a sua ipseidade.

    Portanto, da mesma forma assim como compete ao sapientíssimo Iahweh julgar que era necessário escolher e encontrar esta via como sendo a mais cómoda para chegar a conhecê-lo; da mesma forma compete-nos a nós aprovar, amar e seguir aquilo que ele próprio escolheu; de o compreender salutarmente a Ele Próprio (assim como ao seu Filho, intérprete da Sacro Santa Escritura) pelo filho da natureza, esse estilo Físico-químico, Deus tendo-o ordenado assim no Livro e no Espelho da Natureza (que nós temos certamente, católico e esplendidíssimo na Pedra dos Filósofos) propostos por Deus a nós; de ver e conhecer utilmente também o Mundo, e do mesmo modo que ele deve ser renovado pelo fogo no fim deste mundo (sæculum) como e por quem ele foi construído no princípio pelo fogo; e por fim de nos conhecer-mos frutuosamente a Nós Próprios.


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