Anfiteatro da Sabedoria Eterna - 30 de Junho
Versão antiga ou Vulgata | Passagens citadas da Sacro Santa Escritura | Nova tradução dos Provérbios a partir do hebreu, e da Sabedoria a partir do grego |
181. (É por isso que) → tem confiança no Senhor, com todo o teu coração, e → não te repouses na tua prudência. | Pr 3, 5. | 181. Fé de Iahweh em todo o teu coração, e não te repouses na tua inteligência. |
- Tem confiança, etc. - Desconfia de ti próprio; abandona e entrega tu próprio a Deus todos os teus empreendimentos.
Entregua todos os teus cuidados ao Senhor e ele próprio te alimentará (Sl 55, 23; vulg. 54, 22).
Ele será ele próprio o teu diretor.
Que esta passagem te sirva de sinal: «A minha ajuda virá do Senhor que fez o Céu e a Terra» (Sl 121, 2).
Aquele que espera no Senhor será socorrido, ou (como é dito textualmente em Hebreu) engordado (impinguabitur) no seu Corpo, no seu Espírito e na sua Alma; afim de que assim uma alma sã esteja num corpo são, Macro e Micro-Cosmicamente, interiormente e exteriormente.
Numa palavra, que Iahweh, em todas as tuas ações e os teus labores, seja o início e o fim (prora et puppis), o Alfa e o Ómega. Ver o versículo 329.
Sem a Inspiração, a Ajuda e a Condução de Deus, tu não poderás conhecer nada de elevado.
Em Deus só, que é Tudo em todas as coisas, tu poderás Teo-Soficamente Tudo. - Não te repouses na tua prudência - Quem repousa na sua prudência, nas suas imaginações, nos seus conselhos e nos seus labores fanáticos, enquanto que despreza orgulhosamente a Lei da Sacro Santa Escritura, da Natureza e da sua consciência reta, é louco; é por isso que ele caminhará loucamente nas suas vias.
O Mundo julga pagãmente que a fortuna acompanha sempre a nossa prudência.
Daí os provérbios: «São os costumes que estabelecem a fortuna de cada um.»
E: «Cada um (pela sua prudência) é o artesão da sua fortuna.»
E Séneca disse: «Cede à Razão e suporta o infortúnio.»
E Juvenal: «Nenhum Poder falta quando se possui a Prudência.»
Mas o nosso Sábio ensina ao contrário: que Iahweh (autor e Senhor da fortuna) envia a fortuna, e que ele retira ou dá abundantemente a prudência e o sucesso.
Deve-se observar isto igualmente nos trabalhos Físico-Químicos que, a menos que nós não obtenhamos do Senhor de bem conhecer, ser e poder, não podem ser terminados e instituídos segundo a linha reta da verdade na Natureza.
Rezemos portanto Teo-Soficamente no Oratório trabalhando com esforço afim de que Deus nos instrua e que ele não retire o seu Santo Espírito de nós; que ele nos abençoe assim como às nossas obras, que ele guarde a nossa alma, os nossos sentidos e a nossa razão afim de que nós não sejamos seduzidos pelas zombarias e as fantasias diabólicas; que ele guarde as nossas mãos e os nossos pés afim de que eles não destruam a obra.
Cícero, Pagão prudente, foi enganado, em parte por muitos dos seus próprios conselhos e razões, em parte pela sua confiança na sua sabedoria e na sua indústria pessoal, e sofreu grandes penas; Tudo aquilo que ele realizou por intermédio da prudência mundana é sublinhado pelas numerosas, tristes e trágicas expressões escritas no seu exílio, e que estão contidas no terceiro livro das Cartas a Ático e nas suas últimas cartas a Octávio.
Foi por isso que ele exclamou quando estava a morrer: «Eu nunca fui Sábio».
O Salmo 33, 17 (32) diz portanto com razão: «É enganador esperar a sua salvação do seu cavalo.»
E o Salmo 127: «Se o Senhor não guarda a Cidade, etc.»
Eclesiástico 11, 5: «Do mesmo modo que não sabes qual é o caminho do Espírito, e como se formam os ossos no seio de uma mãe, assim também ignoras a Obra de Deus que é o artesão de todas as coisas.»
Que a nossa razão, ou a temeridade do nosso génio, não se arrogue portanto tanta prudência que ela creia poder (dirigindo-se por ela própria), sem nenhuma singular nem específica Benção de Deus, governar sozinha a vida, as ações ou os trabalhos, criar por ela própria a fortuna ou o sucesso, ter por ela própria vontade e poder de realizar qualquer coisa de bem; mas que pelo contrário ela coloque e constitua cristãmente Todas as Coisas na Mão de Deus Omnipotente e Misericordioso; que ela tenha a sua fé no Senhor (como o Sábio nos persuade sabiamente) com todo o seu coração, desde o início até ao fim das suas vias, quer dizer de todos os labores e ações, no Oratório e no Laboratório.
Se não há nada aqui onde o Teósofo possa falhar, também do mesmo modo não pode o sofista no seu Labirinto.
A vontade de Iahweh é um guia mais seguro que o fio de Ariana, para nós que palpitamos no grande labirinto deste mundo imundo.
Obedece portanto, tu que investigas estudiosamente a Cabala, a Magia e a Alquimia, e examina-te aqui nesta pedra de toque; se a tua confiança está no Senhor, tu receberás do Senhor a realização da tua vontade, e em todas as coisas terás êxito com prosperidade; tu serás três e quatro vezes felizes tanto na teoria como na prática, e tu não serás confundido na eternidade (conforme atesta a própria Experiência com a Sacro Santa Escritura).
É assim que Nicanor (1Mc 8, 36) ensinava que os Judeus tinham Deus por protetor e que devido a isso eram Invulneráveis, porque eles seguiam as Leis constituídas por ele próprio.
É ainda o que quer dizer o verso seguinte, inscrito num velho tapete numa certa cidade de França, onde estava representada uma mulher que fiava; e o Rei de França, Francisco I, repetia frequentemente esta sentença:
Deus, no Olimpo, une a alma àquele que para isso teceu os fios.
Quer dizer que Deus ajuda o trabalho da vocação; ele une o fiandeiro com os fios; e é esta ajuda ou auxiliar ele próprio que em nós, quando nós trabalhamos, nos exorta a desejá-lo, e reúne por fim a alma no Olimpo; ele chama-nos ele próprio para o alto, para o céu, para meditar e rezar.
Não é em vão que eu acrescentei esta passagem de Hermes, versículo 317: «Que não se produz pela sua alma», etc.
Aqui se esconde o segredo da Conjunção e da União na sua Pedra Físico-Químico-Católico-Divina, da qual muitos falaram abertamente, mas não muito perfeitamente. Ver o versículo 132.
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