Anfiteatro da Sabedoria Eterna - Apêndice Prancha 4


PRANCHA 4


O LABORATÓRIO ORATÓRIO

(TEURGIA)

"Na obra, diz Khunrath, encontra-se o regresso ao Um das três ciências: cabala, magia e alquimia. " (De igne magorum). É o que exprime esta figura quarta e última. O eleito de Deus não cessa por isso de ser um ser humano; ele não vive numa torre de marfim longe dos seres vivos: ele sabe pelo contrário que, entre os seres humanos, tanto nos campos como na cidade, o seu lugar é com aqueles que trabalham. Ele escolhe mesmo para si os mais rudes destes trabalhos.

Na sua residência, estão reunidos o laboratório e o oratório para que, passando do ruído da forja para o silêncio da oração, ele ensine àqueles que o rodeiam, visíveis ou invisíveis, o verdadeiro caminho que leva à sabedoria; o trabalho que fortifica o corpo, a oração que alimenta o espírito. "Visto que Deus, diz Khunrath no seu tratado De igne magorum, está perto daqueles que o invocam em espírito e em verdade, esses recebem de Deus aquilo que eles pedem:" Também eu ensino num outro tratado como é preciso falar cristiano-cabalisticamente no oratório com Deus como sendo o único distribuidor de todo o bem." E sem orgulho nem falsa vergonha (nec tumide, nec timide), ele vai semeando às mãos cheias ao redor dele, a luz para dentro dos espíritos, a paz para dentro dos corações, a força para dentro dos corpos a exemplo do seu divino mestre e amigo, Jesus Cristo.

Obras de L.Cl. de Saint-Martin: Ecce homo.


O PENTÁCULO DE KHUNRATH

A calúnia, a oposição, não faltam àquele que fala e que age; de todos os lados, aqueles que ele perturba nos seus projetos ambiciosos, na sua preguiça, na sua ilusão, gritam, resistem, perseguem se puderem, querem a todo o custo apagar esta luz importuna. Mas o sábio tem o seu apoio no Senhor que fez o céu e a terra, que põe na boca dos seus apóstolos as palavras indestrutíveis. Com o pé, ele esmaga a cabeça da serpente. "Os espíritos hostis à nossa obra temem a luz do sol." (De igne magorum). Sobre o seu coração, ele coloca o selo que Deus lhe dá, e, combatendo ao mesmo tempo pela defesa da verdade, ele reza pelos seus adversários; porque as trevas são tão poderosas quanto a luz é grande, e Deus só deu ao espírito a luz do amor para além dos poderes que deu ao espírito das trevas.


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