Teosofia Prática – Dos dois círculos

  1. Os dois círculos são os dois PRINCÍPIOS eternos ou olhos da alma, amor e cólera, luz e trevas;
    sobre os quais Boehme deve ser lido, na primeira Questão Sobre a Alma.1
  2. Vemos aí como a alma se comporta em cada PRINCÍPIO, permanecendo alheia ao outro.
  3. Ninguém consegue ver ali mais do que dentro do ventre da sua mãe;
    cada PRINCÍPIO implica o seu próprio entendimento;
    ver Idem, 12,12-13.2

Notas

  1. Ver Jacob Boehme, As Quarenta Questões Sobre a Alma.
    As Quarenta Questões Sobre a Alma constituem a quarta obra escrita por Jacob Boehme. As questões cujas respostas deram origem a esta obra foram elaboradas por um dos amigos de Jacob Boehme, chamado Balthasar Walter. Após percorrer várias universidades da Alemanha em busca de questões sobre a alma consideradas pelos académicos como impossíveis de ser respondidas de maneira sólida e convincente, Walter catalogou-as e enviou-as a Boehme, que respondeu a todas, dentre elas: De onde proveio a alma no começo do mundo? O que a alma é na sua essência, na sua substância, na sua natureza e nas suas propriedades? Como a alma é constituída e qual é a sua forma? Como a alma se torna iluminada? Como a alma se separa do corpo no momento da morte do ser humano? Como a alma é mortal e como ela é imortal? Para onde a alma vai quando se separa do corpo, quer seja salva ou não? Qual é a diferença entre a ressurreição da carne e a da alma, tanto para os vivos como para os mortos? Qual será a forma, a condição, a alegria e a glória da alma na vida futura? Que tipo de matéria [ou substância] os nossos corpos terão na outra vida? Que coisas vão ocorrer no fim do mundo? [  ]
  2. «12. E se (como o homem terreno talvez suponha) Deus recebesse o teu espírito na sua majestosa luz, enquanto tu permacesses na tua abominação (a cobiça, que gerou o orgulho, o qual é a vida ardente da cobiça) na tua vontade, por forma que a tua vontade se fixa totalmente na mundanidade; tu escurecerias a Majestade de Deus, e o teu espírito e vontade, no entanto, ficariam na cobiça e queimariam com a fonte ardente da alma, como um reflexo num espelho, isto é, em orgulho, e tu não serias capaz de alcançar a Majestade de Deus.
    13. Não, se tu te sentasses na cruz do santo Ternário (a Trindade), e fosses cercado por todos os santos anjos, ainda assim tu te sentarias apenas nas trevas, e o teu espírito brilharia apenas no espelho daquela essência, que tu mesmo trouxeste para dentro do espírito.» Jacob Boehme, As Quarenta Questões Sobre a Alma, Questão 12, par. 12-13. [  ]
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