Teosofia Prática – Da pobreza de Cristo

  1. A isso, a razão responde: Se os ricos sustentassem os pobres, eles próprios cairiam na miséria e não poderiam mais compartilhar nada.
    A isso Tauler responde que se os ricos chegassem tão alto, eles estariam na pobreza de Cristo, o qual cuidaria deles e proveria às suas necessidades.
  2. Mas eu respondo a isso que a razão é cega, e não conhece a pobreza de Cristo, nem a distingue da pobreza do mundo.
    Pois os pobres de Cristo são os cristãos fiéis, que só são pobres por amor ao seu Mestre e que valorizam essa pobreza mais do que todos os tesouros do mundo.
  3. E mesmo que tu quisesses dar a um cristão fiel todas as joias do teu Mamom, ele não as aceitaria, porque ele vive em completa abnegação de todos os bens terrenos, que ele é um pobre abençoado, rico em divindade, o que um pobre temporal nunca será.
  4. Um crente não se empobrece a si próprio, mas é o mundo que o persegue, lhe tira tudo, expatria-o e assim o põe na verdadeira pobreza de Jesus, por forma que ele não pode comprar, nem vender, neste mundo.
  5. Assim oprimido, embora com alegria e liberdade, ele torna-se num discípulo de Cristo, e busca o reino de Deus, com firme confiança, e Deus o vestirá e lhe dará o seu alimento.
  6. Ele deve manter-se nessa fé, sem retorno até ao fim, sem o quê a sua confiança lhe será tirada, ele terá que mendigar e se tornar um escravo do mundo e do seu ventre.
  7. Se Deus não cuidasse de tais crianças e anfitriões fiéis, ele seria mais perverso do que um pagão e do que um animal selvagem que alimenta os seus filhos.
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