A Sabedoria e a sua Virtude - 20. Abandonar a Vulgaridade
Abandona o estudo e assim a preocupação.
Em que diferem sim e não?
Em que diferem bem e mal?
Aquilo que assusta os outros, deve assustar-me?
Que insondável absurdo!
Todos se inflamam e se exaltam,
Como se festejassem o Sacrifício do Boi,
Ou subissem às Torres da Primavera.
Só eu permaneço em paz, imperturbável,
Como um recém-nascido que ainda não sorriu,
Desprendido como um sem abrigo.
Todos amontoam e arrecadam,
Só eu pareço desprovido.
Que inocente pareço!
Que idiota sou!
Todos parecem malandros malandros,
Só eu me calo me calo.
Flutuante como o mar,
Eu vou e venho sem cessar.
Todos têm qualquer atividade,
Só eu me abstenho,
Incivil e teimoso.
Porquê tão singular?
Porque eu sei mamar na minha Mãe.
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