Anfiteatro da Sabedoria Eterna - 9 de Julho
Versão antiga ou Vulgata | Passagens citadas da Sacro Santa Escritura | Nova tradução dos Provérbios a partir do hebreu, e da Sabedoria a partir do grego |
190. → Ela enviou as suas Servas, → afim de que elas chamem à Cidadela e às muralhas da cidade. | Pr 9, 3. | 190. Ela enviou as suas jovens filhas, e chamou nos cumes dos lugares mais elevados da cidade, dizendo: |
- Ela enviou as suas Servas - As servas da Sabedoria verdadeira são todas as Artes e Ciências excelentes, conhecidas pelo exercício, provadas pela experiência, e tendendo honestamente para o fim útil da vida humana.
Porque a Antiguidade sábia acreditou com razão que a honra e a reputação eram dispensadas, por Deus e pela sua Sabedoria, nas Artes excelentes; porque é por elas que eles nos expõem os seus mistérios, os seus segredos e os seus arcanos. Versículos 74 e 261.
É preciso contar entre as servas da Sabedoria verdadeira algumas que são muito usuais de um grande número e bem conhecidas e vulgares; e outras até aqui mantidas mais secretas, que são como virgens cubiculares (embora frequentemente, ó dor! no homem imagem de Deus, elas estejam, pelo pecado da origem, pelo diabo e pelos seus órgãos, cobertas com a lama impura da sofística e completamente sujas) e que são: a Cabala (não aquela que é literal, vulgarmente empregue pelos Judeus, quer dizer: Notarikon, Guemátria, Tevos rasche, versículo 5, que é inferior; mas aquela que está escondida e é muito superior, conhecida apenas pelos Teo-Sofos, pela Influência, a Luz e o Movimento Divinos) a Magia e as suas irmãs: a Fisiognomia, a Metoposcopia, a Quiromancia e a Doutrina de cada Assinatura das Coisas Naturais; a Alquimia, a Astrologia também, com a sua filha, a Geomancia e algumas Outras servas que, maravilhosamente e quase miraculosamente, conversam e cuidam da sua Soberana mirífica.
Teme contudo, eu peço-te, ó meu irmão, de procurar nas Ciências e Artes não imundas em si próprias, as mentiras do príncipe deste mundo imundo, os vícios e os erros das pseudo artes, às quais, por ordem e vontade da Sabedoria verdadeira (por uma pena justa e digna) se prostituem de boa vontade os pesquisadores mundanos da Verdade, não ainda Teo-Soficamente lavados e purgados, quer dizer orgulhosos, em vez de atingirem a própria Verdade.
Porque assim, a virtude, tanto quanto o vício, produz frequentemente crimes.
As coisas sagradas, para dizer a verdade, são profanadas porque elas são profanamente usurpadas pelos profanos.
Porque, o bem convertido em abuso torna-se no mal.
«Tudo é puro para aqueles que são puros» (Tt 1, 15; Rm 14, 20).
«E nós sabemos que para aqueles que amam Deus, tudo coopera para o bem» (Rm 8, 28; e versículo 261).
Todas as coisas são bens ou males segundo os usos diversos que se fazem delas.
Que me seja portanto nomeada, eu peço-te, uma coisa qualquer, quer seja ciência, quer seja arte, que, em toda a universalidade das coisas não tenha tanto o seu abuso como o seu uso legítimo e honesto.
E por qual privilégio, eu vos solicito, seriam isentas as ciências acima citadas?
Que a Justiça seja portanto feita; que seja devolvido a cada um aquilo que lhe é devido sem que nunca lhe seja feita injustiça.
Que Deus reforme o ser humano sujo pelo pecado.
As Artes e as Ciências mais secretas, e que foram corrompidas, devem também ser reformadas; Elas Próprias devem ser consideradas como Mediadoras Teosóficas, fazendo-se sabiamente uso delas, no temor de Deus, e rejeitando os sofísticos e os ímpios.
Diz-se em provérbio: É preciso limpar a criança suja, mas ter o cuidado de não entornar depois o banho sujo: Man musz das besudelte kindt waschen und nicht mit dem unreinein bade hinwegschütten.
E tu, caluniador, apesar de tu não compreenderes isto, deixa aquilo que tu não podes conhecer.
Eu sei que se pode proferir um grande número de objeções, tiradas das santas escrituras, do direito canónico ou civil, dos Pais, etc.; mas pela distinção entre o uso verdadeiro e legítimo e o abuso, nós responderemos suficientemente a todas as objeções de todos os faladores.
É um pecado que é preciso perdoar aos miseráveis ignorantes, enquanto se deseja a sua resipiscência. Ver os versículos 157, 187 e 294. - Afim de que elas chamem, etc. - Para as conduzir; afim de que os fieis amados e os amadores da Teo-Sofia cheguem, no meio delas, até à Agnição, à Cognição, à União e à Fruição da sua Soberana Divina, e que eles sejam feitos participantes dos tesouros inesgotáveis da Sabedoria, no templo da sua casa tri-una (Bíblica, Macro e Micro-cósmica) e que aí fiquem muito valentemente afastados e escondidos, atrás das muralhas, da ignorância e das superficialidades, extremamente elevadas devido aos pecados dos seres humanos.
Os Sábios afirmam que nunca o Sábio se elevará nas obras da Merkabah ou do Bereshit, a menos que ele tenha Deus a falar com ele, respondendo-lhe ou ensinando-o por intermédio de um certo segredo, pela intervenção do qual ele compreenderá humanamente o Método Teo-Sófico e Divino.
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