Anfiteatro da Sabedoria Eterna - Introdução à Segunda Figura (1)


ISAGOGE

ou

INTRODUÇÃO BREVE

à Figura Segunda

deste Anfiteatro

Convém-nos portanto, primeiro devotamente lavados e penitencialmente purgados, de nos oferecermos, e, suplicantes, pela fé sincera, de nos recomendarmos à Deífica Luz; e os sentidos sediciosos completamente fechados e reprimidos, e a alma quieta e pura de qualquer paixão, tanto imediatamente como mediatamente, quer durante o sono quer durante a vigília, de esperar pacientemente esse maná ronronante e caindo do alto da Sabedoria Eterna e supraceleste, e essa chuva nectarina quer de água quer de fogo destilando gota a gota sobre a terra, e descendo nos nossos corações, nas nossas almas, nas nossas forças e nos nossos espíritos, quer dizer no Corpo, no Espírito e na Alma ou o Ternário Microcósmico ressuscitado; e de assim sermos Divinamente abrasados, ilustrados, iluminados, santificados; de Desfrutarmos de Iahweh, de Suportarmos (Pati) as Coisas Divinas; e mesmo de sermos inefavelmente arrebatados em Deus, e quase Deificados.

Nós devemos portanto louvar e adorar (principalmente nos Solilóquios quotidianos e sobretudo nos da manhã) esse Mar imenso da Misericórdia e esse Oceano infinito de toda a Bondade da qual até nós, derivam os raios, destilam os riachos e emanam os rios diviníssimos, não só do Verbo mirífico Jesus Cristo (kristos) Crucificado e dos nomes sagrados de Iahweh e de todos os verbos (que são para nós as moradas sensíveis da Divindade e mesmo os monumentos comemorativos que o ensinam a nós; e também os estimulantes, os adjuvantes e as reduções das paixões da Alma e do Espírito em nós, e os promotores enérgicos duma operação admirável, em nós, e fora de nós, que designam e exibem em conjunto a Divindade (Numen); mas ainda de todas as coisas admiráveis (porque só Iahweh fez as coisas admiráveis).

Ó feliz, três e quatro vezes feliz aquele que é arrebatado de admiração, meditação, e percepção por elas.

Nós sentimos assim a Divindade (Numen) soberana realmente presente; nós ouvimos veridicamente, nós vemos suficientemente, observamos frutuosamente Iahweh o admirável, falando mirificamente quer em Nós quer na Natureza quer na Escritura; nós consultamos sem engano os bons Anjos que nos assistem amigavelmente, nos avisam fielmente, nos ensinam familiarmente por ordem benigna de Iahweh e nos conduzem seguramente nas nossas vias.

É por isso que, inclinados até à terra, este hino foi devidamente proferido por Nós juntamente com outros não diferentes deste, sobre o modo e o acento Jónico, do fundo da alma inflamada pelo ardor das coisas sagradas:

Quer gerador quer artesão de todas as coisas,
Rei dos seres superiores, Luz do génio, esperança dos seres humanos,
Tremor da sombra tenebrosa do Flegetonte,
Amor incrível dos habitantes dos céus,
Medo invencível dos habitantes do tártaro,
Religião célebre dos filhos da terra,

(Elohinou Adonainou Adonai)

Basileus, Tautokratôr, Protogluethlos

(Rei, Omnipotente, Nutridor)


Deus um, Deus o próprio, Deus nutridor
Ao desceres do alto, penetra em Nós.

TU, TU, TU,

Fica aqui,
Excita os inertes
Adverte-nos das coisas erróneas
Ensina-nos as coisas verdadeiras.


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