Anfiteatro da Sabedoria Eterna - Epílogo


EPÍLOGO

OU

CONCLUSÃO

DE TODA

A OBRA

Vocês Ouviram agora, ó mortais, espectadores excelentes, pelo arauto Real e sapientíssimo da Sofia Supra Celeste e por mim seu intérprete, amador fiel da Teosofia, e mesmo pela Ipseica Sabedoria eterna do Eterno, única verdadeira, a qual é a Sabedoria; qual e quanto ela é; quais coisas lhe são opostas; quais são os Tesouros, Usos, Efeitos e Frutos; Quanto, onde, por quais Ajudas, Porquê, Como, Quando é preciso Orar e Laborar para obtê-la, a Ela e a Todos os Tesouros inesgotáveis, singulares e universais que provêm felizmente dela; qual é o Método ou a Via para procurá-la; a quem ela é dada, e a quem não é; por quem e com que fim.

Vocês viram e consideraram este Anfiteatro ele próprio.

Ó queira Deus (que lendo a Doutrina no Prólogo do Anfiteatro e que examinando-o com cuidado no Anfiteatro do Prólogo) que tendo sabiamente contemplado os jogos Anfiteatrais e os espetáculos Anfiteatricos Cristiano-Cabalísticos, Mágicos e Físico-Químicos da Sabedoria Verdadeira, vocês os compreendam destramente; e que vos exercitando e agindo assim a vocês próprios fielmente nos vossos Oratórios e Laboratórios vocês os imitem Teosoficamente.

E eu receio que haja, com dificuldade, um em cada mil.

Porque não pertence a todos, acreditem que eu digo a verdade, o chegar à porta da verdade; e não é a qualquer pessoa que é dado o conhecer Biblicamente, Macro e Microcosmicamente no Catolicismo Tri-Um: Deus e aquele que ele enviou Jesus Cristo; depois Ele Próprio e o Mundo maior e aquele que ele enviou, o seu Filho, a Magnésia dos Filósofos.

Apenas podê-lo-ão aqueles que são gerados pelos Deuses (Élohim), quer dizer aqueles que (como indica a segunda figura) ao rejeitarem o Binário reduziram ou estudam com todo o coração reduzir o Ternário pelo Quaternário à simplicidade da Mónada (com a cooperação da Divina).

Aprendam que é um profeta, não um louco, que vos disse: o que conhecerá de verdade, o que saberá de sólido, do quê poderá tratar frutuosamente, aquele que ainda não está penitencialmente lavado e purgado; que não é ouvinte infatigável de Deus professor na Universidade deste mundo e o Fogo explicando Físico-Quimicamente a parte inferior do Livro da Natureza; quem não é Biblicamente, Macro e Microcosmicamente católico; quem não é iluminado pelo Espírito da Ciência; aquele digo eu que não provou a medula e o néctar deste Anfiteatro; o Impuro não devotamente exercitado na escola da cruz e das tribulações, não Físico-Quimicamente vulcânico; o sofista, pseudofísico, caco-médico, labirintiforme, circunferencial, deceptoriamente particularista, prestigiador ou diabólico?

Que o filho desta tão santa Doutrina e Disciplina examine e aprenda Teosoficamente, antes de se pronunciar sobre este Anfiteatro.

Eu exijo um Leitor, eu quero um Auditor, eu desejo um Contemplador, eu requeiro um juiz Católico, Ortodoxo, Biblicamente, Macro e Microcosmicamente exercitado nas matérias Teo-Sóficas, Físicas, Físico-médicas, Físico-químicas, Físico-mágicas, Hiperfísico-mágicas, Cabalísticas; irradiado, iluminado, abrasado e estimulado para o Bem na Caridade pela Influência, a Luz e o Movimento do Sol Divino; Pitagórico; não filho precoce, antes do pai; disputando e filosofando Teosoficamente, quer dizer segundo a Lei e o Testemunho da Sacro Santa Escritura, o Livro da Natureza e a Consciência reta; não Pagãmente e profanamente.

Que tal seja o leitor, o ouvinte, o contemplador, o juiz; não de outra forma. Longe daqui os profanos.

É preciso portanto considerar com vigilância quem, quais e quantos são os amadores deste Anfiteatro e consultar Teo-Soficamente Iahweh para saber a quem nós devemos confiar a Filosofia Verdadeira, Católica, Tertriuna e o Método de Filosofar, verdadeiramente e catolicamente usado pelos Sábios.

Estas coisas não devem certamente ser proferidas temerariamente a qualquer ouvido peregrino ou em qualquer consciência poluída.

Da mesma forma que não é permitido, como diz São Gregório de Nazianze, o disputar sempre e publicamente sobre Deus, do mesmo modo não é de forma nenhuma prudente o disputar sobre os mistérios dos arcanos e dos segredos de Deus e da Natureza; mas antes o ter respeito a quem, aos quais e ao número destes.

Porque a palavra da Sabedoria é demasiado elevada para ser ineptamente descoberta aos Idiotas (mesmo quando eles nasceram na nobreza) que vivem mundanamente imundamente mesmo se eles são considerados cristãos de nome; porque eles não conseguem compreender, apreender e saber sabiamente nada de grande nem de sublime; porque eles são indóceis e rastejantes pela terra como seres vis, e porque eles julgam perversamente todas as coisas segundo o seu cérebro fantasioso.

Tanto valeria verter néctar sobre o estrume, lançar pérolas aos porcos ou lançar rosas sob os pés dos burros.

Os Arcanos sendo públicos são desprezados; e profanados eles deixam escapar a sua graça.

É vergonha ou não, eu pergunto-te, que o tesouro (gazophylacium) dos Arcanos seja aberto aos Patifes e àqueles que são ainda menos digno do vocábulo dos seres humanos; aos inconstantes; àqueles que são sórdidos na sua vida, obscenos nos seus discursos, mentirosos, preferindo o obséquios dos bobos, dos bufões (moriones), dos cavalos e dos cães, à Lei e à Doutrina da Sabedoria; para os quais qualquer segredo é uma fábula; e mesmo para os que admiram todas as outras coisas mundanas imundas?

Respondam categoricamente, eu peço-vos, Senhores. Aquele que faz aquilo, na minha opinião, comete um sacrilégio.

Aos Profanos, quer dizer àqueles que são completamente estranhos ao estudo e ao Amor da Sabedoria Verdadeira, àqueles que se prestam eles próprios junto com outros mais fracos e mais simples, nas captações vãs como em teias de aranhas; quem opõem puerilmente as observações da dialética à própria verdade; que pela sua orgulhosa tagarelice (garrulitas) impedem os homens de grande génio de perscrutar e de descobrir as coisas mais escondidas; os quais não querem, como têm o costume de fazer os cavalos ardentes e impetuosos, vergarem-se sob o jugo imperioso da Verdade; e que, tendo afastado lascivamente e com petulância o nosso piloto que é o Temor de Deus na caridade cristã, desviam-se para longe dos caminhos da Sabedoria, e se afastam despreocupadamente da linha reta e do centro Verdadeiro da Verdade, em direção à circunferência da mentira e só tendem para este único objetivo, quer eles se atenham às questões sedutoramente capciosas, quer eles desnaturem perversamente as coisas fielmente e simplesmente ditas; a estes, digo eu, não é muito vergonhoso e ao mesmo tempo inútil oferecer tesouros da Sabedoria?

Principalmente porque eles não são tão ignorantes da Filosofia Verdadeira e da Caridade cristã quanto os inimigos mais obstinados.

Que aconteceria se, em tal causa, semelhantes Acusadores e Juizes fossem constituídos?

Não se esforçariam eles por acender imediatamente por intermédio das faíscas da santa Doutrina, não retamente compreendida ou sinistramente interpretada, os incêndios imensos das calúnias, que se dispersariam até à extremidade das Índias e se elevariam até ao Céu?

Que o bom Génio os eleve a um espírito melhor.

É-lhes impossível o entenderem, no seu perfeito espírito e no seu sentido verdadeiro, uma única palavra dos mistérios de Deus ou dos segredos da Natureza, nem o poderem julgar sobre eles.

Para quem, então, me voltaria eu? A quem portanto confiaria eu dignamente este meu talento?

Apenas aos filhos da Disciplina e da Doutrina, quer dizer àqueles junto dos quais este estudo da Sabedoria Verdadeira, na Tri-unidade católica, é uma honra, e que fazem com todo o seu coração as suas delícias.

Floresce portanto agora ó Anfiteatro, parido (obstetricante por meio da graça Divina) pelo meu génio Divinamente infuso; floresce portanto entre os verdadeiramente Sábios.

Eu não me preocupo com o vulgar profano. Não é segundo o nascimento mas segundo o coração que eu julgo uma pessoa vulgar. Vulgares são aqueles que admiram imagens inanes das coisas em vez das coisas veríssimas, de qualquer Estado, Ordem ou Condição que eles sejam ou pretendam ser.

É por isso que tu não deves julgar que qualquer coisa seja verdadeira ou reta só porque os mais idosos, porque os primeiros da nação, porque a maior parte das pessoas a estabelece ou faz assim, mas pelo contrário e sobretudo considera-a verdadeira e reta se ela se enquadra na regra católica da Verdade, Tri-una quer dizer a Lei e a Doutrina da Sacro Santa Escritura, da Natureza e o testemunho da Consciência pura e reta.

E mesmo, meu irmão, que seja para ti um dever o ter por suspeito aquilo que agrada ao maior número.

Porque desde sempre o vulgar foi o pior conselheiro para o modo de viver ou de julgar.

Ora, nunca, ó dor! nunca houve o esforço nas coisas humanas de impedir as mais más de agradar ao maior número e às vezes mesmo, contra a consciência, às pessoas mais eminentes.

Previne-te de raciocinar assim: ninguém ensinou isto; outros maiores do que eu caminharam nestas vias; tal grande Filósofo, tal grande Teólogo, tal grande Príncipe abraçou esta opinião, etc.; isto é ensinado nas Academias; é o dogma de todos os Professores; os Eclesiásticos também o ensinam; assim opinam e julgam os Políticos, e estes não são certamente o vulgar.

Ó qual modo de filosofar satânico que se eleva por si próprio acima de toda a verdade da Sabedoria de Deus, e que é verdadeiramente digno de ser precipitado, carregado de correntes, no fundo do tártaro.

Que os grandes nomes não te comovam de todo em nada. É pestilentíssimo apoiarmo-nos sobre a autoridade das pessoas.

O Teósofo examina, experimenta e julga Todas as Coisas segundo a Lei e o Testemunho da Sacro Santa Escritura, do Livro da Natureza e a Consciência reta. Os que não fazem isto não verão a aurora da Verdade.

É a única Pedra de toque da Verdade; é a norma Tri-una da Verdade: é o Arquétipo ou o Exemplar Católico, Tri-um, único autêntico, donde todo aquele que se afastar menos do que uma unha se afasta da retidão e corre fora da via.

Que a teu alma, ó meu Irmão, que aspira ao ponto culminante da Verdade, se afaste completamente dos atos e das opiniões do vulgar. É enganado e engana-se aquele que se agarra aos discursos do vulgar.

Só o sábio me agrada; portanto este nosso Anfiteatro da Sabedoria Verdadeira agradar-lhe-á; sobretudo pela sua leitura frequentemente repetida e pela sua contemplação; e mesmo pela sua Doutrina Teo-Soficamente recebida dele e sabiamente transferida ad usum no Oratório e no Laboratório.

Que se alguém se queixa de que muitas Particularidades foram omitidas, eu quero que ele saiba que este Anfiteatro é Católico quer dizer Universal; que ele entre Teo-Soficamente no Oratório e sabiamente no Laboratório, e Deus revelar-lhe-á e ensinar-lhe-á (se lhe agradar e se ele considerar proveitoso para ti) Cristiano-Cabalisticamente, Divino-Magicamente e Físico-Quimicamente Todo o Particularismo.

Ui! não querem vocês que eu irrite os vespões e talvez os cucos desagradáveis?

Verdadeiramente eu irrito os loucos furiosos e eu excito as Fantasias contra a minha própria armadura.

No entanto, com a ajuda do Espírito da Sabedoria, a chave Católica e Tri-una da Verdade pela qual nós resistiremos aos desajeitados e nós rechaçamos o seu assalto, não faltará nem a mim nem aos outros discípulos da Filosofia verdadeira.

Qual é a extensão da Utilidade deste nosso Anfiteatro, eu quero que seja avaliada não segundo as minhas palavras, mas segundo a coisa ela própria (que fala suficientemente).

O livro destinado a passar à posteridade deve ter o seu génio, disse Marcial. Este Anfiteatro tem o seu Bom Génio.

Esta obra (graças a Deus), honra o seu Mestre, a mim o Sábio (Dieses Werck lobt (Gott sey dank) seinen Meister, das weisz ich).

Esta questão de Cícero no 4º livro dos Tusculanos é ridícula e quase baixa (ardelionicum): o que encontrará de grande, nas coisas humanas, diz ele, aquele de quem a grandeza e a eternidade de todo este mundo é conhecida?

Pelo Contrário, digamos Teosoficamente: O que encontrará de grande, no uso da luz, aquele de quem Deus Ipseico Eterno é conhecido Biblicamente, Macro e Micro-Cosmicamente; de quem a Natureza e toda a Criatura é conhecida; de quem (como era talvez acerca de Cícero) é conhecida a Magnitude e toda a Natureza, Propriedade e Qualidade de um e do outro Mundo, não somente Matematicamente, mas também Fisicamente, Físico-Medicamente, Físico-Quimicamente, Físico-Magicamente, Hiperfísico-Magicamente, Cabalisticamente, Teosoficamente.

Porque o Criador formou-te (plasmavit) a partir da terra, ó ser humano; o salvador redimiu-te, o Espírito Santo santificou-te, para que tu conheças o Catholicon Tri-Um e Sacrossanto e que tu desfrutes sabiamente dele próprio na frutuosa Tri-unidade Teo-Sófica, aqui e na eternidade, e que tu admires na humildade o Criador mirífico e a sua Criatura admirável.

Quanto mais o Sábio desce profundamente na contemplação da Criatura e sobretudo do Criador, mais ele encontra matéria para admirar dignamente a Sabedoria, a Bondade e a Omnipotência de Iahweh. Isto vê-se no nosso Anfiteatro. Isto vê-se em Todas as Coisas, Catolicamente.

Tudo o que tu aprenderes por este meio conduzir-te-á aos segredos mais abstratos.

Eu aviso-vos portanto, ó meus muito caros irmãos, filhos da Doutrina, afim de que vocês tratem santamente das coisas santas segundo as Leis e a doutrina deste Anfiteatro, e que os mistérios não sejam profanados nem junto do vulgar ignorante nem em público, e que vocês próprios não sejam pisados pelos pés dos bois.

O Senhor nosso mestre proibiu de dar o que é sagrado aos cães; a um tal ponto que ele disse aos seus discípulos: Foi-vos dado (a vocês que não são o vulgar) o conhecimento do mistério do reino de Deus; mas aos Outros (o vulgar) somente em parábolas (Lc 8, 10).

Confiram fraternalmente entre vocês os obras maravilhosas de Deus; nas assembleias dos Teósofos, quer dizer daqueles que gostam desde o fundo do coração da Verdade da Sabedoria Verdadeira, que são alterados por ela e seguem-na, com desprezo pelo diabo e pelas suas descamações.

Deus bom ! por quantos e quais artifícios de impedimentos (quase inúmeros, eu atesto o soberano Jah) o diabo inimigo da Verdade não me atacou ele durante numerosos anos, pelos quais eu me tinha afastado do meu projeto tão devoto e da minha obra laboriosamente e custosamente empreendida, para que eu não construísse este Anfiteatro e para que eu não erigisse nele à Sabedoria, à Omnipotência e à bondade de Iahweh, este monumento insigne de honra, de louvor, de glória; esta lembrança (Muêmosunon) de caridade para o meu Próximo, memorial de Mim Próprio, ajuda da minha fraca memória, Fi Sempiterno e Testemunho de ódio público pelo Diabo; Deus bom, digo eu, de quantas maquinações sedutoras e tentadoras não fui eu assediado por este amigo das trevas! opondo-me a altura da Doutrina; outras vezes a fraqueza do Génio, depois a quantidade dos gastos e das despesas, e a dificuldade dos trabalhos; mantendo a reputação de novidade singular e afetada, em seguida as calunias dos profanamente filosofantes; as censuras quase infames devido às Ciências e Artes mais profundas; a inveja dos falsos irmãos no estudo e a faculdade similar; e mesmo quantas miríades destes; no entanto, fortificado e animado pelo Espírito da Sabedoria e da Fortaleza Divina que iluminou o meu espírito afim de que eu pudesse entregar-me à meditação, ele deu-me a confiança verdadeira para que eu escrevesse; ele abriu-me a boca para que eu falasse e abre-ma agora para que eu fale; eu segui aquilo para o que a Providência (Fata) me chamava; e, perseverando neste piedoso zelo sob a condução e pela virtude do Espírito eu frustrei Teo-Soficamente todas as maquinações, de modo que, Iahweh, dando-me as faculdades e as forças, eu atravessei facilmente os aborrecimentos, os impedimentos e os infortúnios como um outro mar Vermelho, e eu evadi-me, são e salvo, do labirinto dos errares.

Eis que eu vejo o fim dos meus Males! É por isso que, ó Iahweh, Entidade Espiritual, Tri-um, Eterna, Sapientíssima, Ótima, Potentíssima, Ehieh Eser Ehieh (Eu serei aquele que será) Iah, Iahweh, Elohim, El, Elohim Gibor, Elohai, Iahweh Zebaoth, Schaday, Adonai Melech, Terrível, Verdadeiro Forte, Ciumento, Justo, Longânime, Misericordioso, duma imensa Bondade, vendo todo, Pai, Filho, Espírito Santo, Criador do Céu, da Terra, das Águas e Formador de Tudo o que contém o Universo, eu Henri Khunrath formado Homem à tua Imagem (como todos os homens em Adão protoplasta) em Sabedoria, Bondade, Justiça Verdade, Santidade, Multipotência, Imortalidade; e à tua Semelhança quer dizer verdadeiramente Um em pessoa, Triplo de Essência, a saber: com um Corpo terrestre, com um Espírito Celeste (Schamain) e com uma Alma Divinamente inspirada; reformado pela graça em Cristo; eu te presto humildemente a Ti, o Altíssimo, imensas e soberanas graças porque tu atendeste com clemência as minhas orações, as minhas lacrimações, os meus votos e os meus suspiros tão frequentemente e penitencialmente vertidos para Ti desde a minha primeira juventude para obter a Sabedoria Verdadeira, e porque tu me mostraste, pela tua pura bondade, a Verdade de todas as coisas das quais trata o presente Anfiteatro, Ter-tri-um, Católico.

Eu suplico, com todo o meu coração, a tua Misericórdia afim de que tu me envies dos teus Céus Santos Ruach Hhochmah-El, o Espírito da Sabedoria, afim de que ele me assista e me seja sempre familiar, que ele me dirija destramente, me avise e me ensine Sabiamente; que ele Ore, Labore e esteja comigo; que ele me dê o bem querer, conhecer, ser e poder nas coisas físicas, Fisicomédicas, Fisicoquímicas, Fisicomágicas, Hiperfisicomagicas, Cabalísticas et Teosóficas, quais quer que elas sejam; em Todas as Coisas e em cada ação da minha vida; e com receio que eu erre fora da via da verdade, que a Luz da Justiça brilhe sobre mim, e que o Sol da Inteligência nasça em mim, na minha alma e no meu coração.

Faz, ó Iahweh, que nos teus Bens e para os teus Bens eu seja para ti aquilo que a mão é para o ser humano; que eu siga unicamente a Verdade Católica, Tertriuna, Bíblica, Macro e Micro-cósmica da tua Sabedoria; que eu apreenda legitimamente a Sabedoria e a Filosofia Verdadeira e o legítimo modo de Filosofar (tendo sido feito amigo de Deus) no seu Tesouro (Gazophylacium) católico Ter-tri-un, quer dizer o Livro da Sacro Santa Escritura, da Natureza e da Consciência pura e reta.

Encanta-me (bea) completamente, eu peço-te, pela Influência, a Luz e o movimento do Teu Sol Supraceleste.

Concede-me benignamente, eu peço-te, o ter, com uma alma sã num corpo são, as faculdades e forças necessárias para conduzir perfeitamente até ao fim completo todas essas coisas verdadeiras que tu me fizeste conhecer, sem número, a Teoria e a Prática; que eu me sirva dela livremente enquanto viver, para tua honra, louvor e glória e para a utilidade honesta de mim próprio e do meu Próximo (segundo o meu voto cristão) e para um fi eterno ao diabo e às suas descamações.

Que o meu bom Anjo, ó Senhor, o teu resplandecente ministro, que devido à administração delegada por Ti está à minha direita e à minha esquerda, diante de mim, atrás, em cima e em baixo e mesmo circularmente, ponha em fuga os ladrões ou malignos que se encontram na região do ar; que ele reprima a malícia deles; que ele me defenda contra o leão rodopiante e rugidor, com receio de que ele me devore, e por fim de que ele me guarde e me avise do mal circundante, com receio que eu pereça.

Livra-me, ó Senhor, de todo o Mal; e concede-me, assim, o passar pelas coisas temporais sem perder durante este tempo os Bens Eternos; e que eu desfrute de Iahweh Paterno, Fraternal e Amigo para a salvação católica aqui e em toda a Eternidade frutuosíssima.

Por e segundo a Sabedoria incarnada do Pai, Nosso Senhor Jesus Cristo Crucificado, que, Deus, vive e reina na Trindade nos séculos dos séculos. Amém. No ano feliz da era Cristã 1602.


HENRI KHUNRATH
DE LEIPSIG, fiel AMADOR
DA TEOSOFIA, e Doutor
de uma e da outra Medicina.


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